Três mineiros se tornaram beatos durante pontificado de Francisco; conheça as histórias


Conheça as histórias de Isabel Cristina, padre Victor e Nhá Chica, os três mineiros que se tornaram beatos durante o pontificado do Papa Francisco. Mineira Isabel Cristina, que teve morte trágica há 40 anos, é beatificada
Com a morte do Papa Francisco, Minas Gerais guarda um legado de fé reconhecido pelo pontífice: a beatificação de três mineiros durante os doze anos de pontificado do Cardeal Jorge Bergoglio.
Isabel Cristina, martirizada ao resistir a uma violência; o padre Victor, ex-escravizado que se tornou exemplo de santidade; e Nhá Chica, que dedicou a vida aos pobres e à oração.
Para que alguém seja reconhecido como beato, é necessário o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão. Para a canonização como santo, exige-se, em geral, a comprovação de um segundo milagre — exceto nos casos de martírio, em que essa etapa adicional não é obrigatória.
Conheça, abaixo, as histórias dos beatos mineiros:
Isabel Cristina
Isabel Cristina, brasileira que foi beatificada.
Arquidiocese de Barbacena
Isabel Cristina Mrad nasceu em Barbacena, no Campo das Vertentes, e morreu, em 1982, aos 20 anos. Ela resistiu a uma tentativa de estupro e levou 15 facadas de um homem que montava um guarda-roupa na casa dela. Maurilio Almeida de Oliveira foi condenado a 19 anos de prisão, ficou preso por 13 anos, quando fugiu. Ele morreu em 2004.
A morte de Isabel foi considerada um martírio pelo Vaticano. A beatificação foi em 10 de dezembro de 2022.
Padre Victor
Imagem de Padre Victor reproduz o que seria uma das únicas fotografias tiradas dele em vida
Arquivo Secretaria de Cultura de Três Pontas
Padre Victor nasceu em 1827, em Campanha, no Sul de Minas, filho de uma escravizada. Batizado como Francisco de Paula Victor, ele enfrentou o preconceito racial e social para realizar seu sonho de ser padre.
Após sua morte, em 1905, sua fama de santidade cresceu. Um milagre atribuído à sua intercessão — a gravidez de uma mulher considerada infértil — foi reconhecido pelo Vaticano. Ele foi beatificado em 14 de novembro de 2015, se tornando o primeiro beato negro do Brasil nascido livre.
Nhá Chica
Nhá Chica; Baependi (MG)
Fernanda Rodrigues/G1
Nhá Chica, apelido carinhoso de Francisca de Paula de Jesus, nasceu em 1808, em São João del Rei, no Campo das Vertentes, filha de uma escravizada. Órfã desde cedo, mudou-se para Baependi, no sul do estado, onde passou a ser conhecida como “a santa do povo”. Com doações, construiu uma capela e ajudou os mais pobres.
Mesmo analfabeta e sem posição oficial na Igreja, sua fama de santidade se espalhou. A cura de um grave problema cardíaco fez o Vaticano reconhecer o milagre atribuído a Nhá Chica. A aprovação de beatificação foi assinada pelo papa Bento XVI e a cerimônia aconteceu durante o pontificado de Francisco, no dia 04 de maior de 2013.
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