Ex-vereador de Parnamirim volta a ser preso, agora por estelionato

O ex-vereador de Parnamirim Diogo Rodrigues da Silva foi preso mais uma vez na manhã desta quarta-feira (7), suspeito da prática de um novo crime: estelionato contra uma idosa.

Policiais civis da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD) deram cumprimento a três mandados de busca e apreensão e a um mandado de prisão contra Diogo, que foi preso no bairro Passagem de Areia, em Parnamirim.

Segundo as investigações, o ex-vereador é suspeito de ter realizado o crime de estelionato qualificado pela fraude eletrônica contra uma idosa, de 70 anos. Ele foi conduzido à Delegacia para a realização dos procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional.

A ação faz parte da “Operação Aleivosia”, que significa traição ou crime cometido com falsas demonstrações de amizade; perfídia, deslealdade.

Esta é a segunda vez que o ex-parlamentar vai para a cadeia. Ele já havia sido preso anteriormente e condenado em primeiro grau pelos crimes de peculato-desvio, compras de votos e corrupção passiva, tendo o mandato cassado na época.

Fura Fila

Em 2021, o Ministério Público Estadual deflagrou a Operação Fura Fila para investigar possíveis esquemas ilegais na marcação de procedimentos médicos na rede pública. A operação gerou mandados de busca e apreensão em pelo menos nove municípios do estado e na cidade de São Paulo, além de três ordens de prisão. Na época com mandato, Diogo Rodrigues foi um dos presos. Segundo o MP, ele era o líder do suposto esquema fraudulento que burlava a fila de consultas e exames através do SUS. 

De acordo com o apontado à época, como parte da negociata, ele empregava parentes como servidores fantasmas em municípios e recolhia os salários assim que o dinheiro caía na conta. A mãe e uma concunhada foram identificadas pelos promotores de Justiça, que confirmaram ainda que Diogo tinha até a senha do sistema, o que lhe dava total autonomia para incluir quem desejasse e no lugar da fila que escolhesse. Também por recomendação do MP, a Justiça estadual bloqueou R$ 107 mil de Diogo Rodrigues. As propinas eram pagas pelos gestores, em troca de lugares na fila

Em 2022, o parlamentar teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN). Já em junho do ano passado, a decisão foi ratificada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O parlamentar foi condenado por prática de captação ilícita de sufrágio (compra de votos), abuso de poder econômico e abuso de poder político, em razão de fraudes no Sistema Único de Saúde (SUS) em troca de votos. Assim, além do diploma cassado, ele foi condenado à inelegibilidade pelos próximos oito anos e ao pagamento de multa.

Quem é

Diogo Rodrigues da Silva, hoje com 30 anos, se candidatou pela primeira vez em 2016, pelo PDT, sem êxito. Ao longo dos anos, ocupou cargos de confiança na Prefeitura de Parnamirim. Foi nomeado em janeiro de 2019, na gestão do atual prefeito Rosano Taveira, para exercer a função de direção da Central de Regulação do Município, órgão responsável pelo controle do acesso de pacientes aos procedimentos médicos vinculados ao SUS na cidade. Exatamente a área objeto da investigação da Operação Fura Fila.

Quatro anos depois, filiado ao PSD, foi o segundo mais votado e eleito com 2.266 votos. No exercício do mandato, o vereador foi eleito como o segundo vice-presidente da Câmara Legislativa de Parnamirim e designado para a Comissão Permanente de Assistência Social.

Hoje, o Instagram de Diego Rodrigues é de uso pessoal e está fechado. No Facebook, porém, a página segue aberta e com declarações de apoio de Diego para dois candidatos em Parnamirim: Salatiel de Souza (PL) para prefeito e Professor Diego Américo (DC) para vereador.

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