No ano passado, a participação média do agro baiano no PIB foi de 21,1%, o equivalente a R$ 88,7 bilhões.
O setor exporta cerca de 50% da produção baiana e é responsável por aproximadamente um terço dos empregos totais do estado. Relevante pilar da economia baiana, acumulou no primeiro semestre do ano R$ 26,8 bilhões referentes ao Produto Interno Bruto (PIB), conforme a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) com base em dados do IBGE.A participação do agro no PIB é sazonal, e varia de acordo com as épocas de plantios e das colheitas das diferentes culturas agrícolas e produção pecuária, com grande influência do clima e do mercado. No ano passado, a participação média do agro baiano no PIB foi de 21,1%, o equivalente a R$ 88,7 bilhões.Os resultados obtidos no campo, nas agroindústrias e nas atividades complementares revelam o crescimento e aprimoramento da produção agropecuária, não apenas em quantidade, mas também em qualidade. Através das pesquisas, melhoramento genético e manejo consciente nas diferentes etapas produtivas, o trabalho tem reflexo direto na economia do entorno.
Em 1998, houve exposição de cavalos Mangalarga na Fenagro
| Foto: Gildo Lima | Cedoc A TARDE
Apoio do estadoDentre outros setores apoiados para a consolidação das atividades agropecuárias no estado, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri) investiu, no primeiro semestre deste ano, R$ 4,235 milhões, com suporte a 27 eventos. Para este segundo semestre, a estimativa é patrocinar mais de 60 feiras.Realizada no mês de junho, em Luís Eduardo Magalhães, a Bahia Farm Show (BFS) 2024 confirmou o peso do agro no oeste do estado e região do Matopiba, totalizando R$ 10,949 bilhões em negócios, com crescimento de 32,7% na comparação com 2023. Organizada pela Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a feira é tradicional e tem batido sucessivos recordes em número de expositores, área ocupada, público visitante e vendas, contando com a parceria de diversas associações e órgãos públicos.Coordenador da BFS, o produtor rural Luiz Pradella sinalizou que apesar das grandes e modernas máquinas destinadas para as lavouras chamarem muito a atenção de quem chega na feira, uma das grandes contribuições do evento para o agronegócio regional são os eventos de qualificação, como palestras, debates e painéis com diferentes temáticas e com a presença de especialistas.Ele enfatizou que é inegável o reflexo positivo da feira na economia da região, com geração de empregos diretos e indiretos e forte movimento no comércio e serviços. E, embora nas primeiras edições o evento tenha focado na agricultura, nos últimos anos a pecuária ganhou espaço, inclusive com leilões de animais selecionados.O movimento econômico de uma festa dessa natureza extrapola o mundo agrário e se reflete também no comércio e nos serviços, gerando emprego e renda para além dos parques de exposição e das comunidades onde ocorrem. Entre os grandes eventos do estado, além da Fenagro e da BFS, estão ExpoBahia, ExpoAgri, Expo Jequié, Expo Itapetinga, Expo Coité e outras feiras que demonstram o potencial do campo.A força da agricultura familiar e da agroindústriaPresença constante nas edições anteriores, a agricultura familiar já é uma tradição na Fenagro, com forte interação entre expositores, que sempre trazem novidades deliciosas dos diferentes rincões do interior da Bahia.Em um espaço apropriado, o comprador encontra produtos de pequenas agroindústrias com qualidade gourmet e orgânicos, além de artesanato e apresentações musicais. Também há uma culinária variada com base em ingredientes da agricultura familiar.Novidade na 32ª Fenagro – a mais recente edição, realizada em 2019 –, a Feira de Cachaça de Alambique (Fecachaça) trouxe resultados favoráveis. Com participação de diversas regiões da Bahia, houve venda e degustação da bebida destilada no local. A iniciativa foi salutar para a divulgação de marcas.A estimativa é que, no estado, existam cerca de 90 alambiques, dos quais em torno de 30 têm porte médio e grande, muitos deles premiados no Brasil e outros países. “As feiras são importantes para dar visibilidade à nossa produção e proporcionam bons negócios”, definiu o especialista em cachaça e representante da Kikaxassa (Lauro de Freitas), Raimundo Freire.Ele salientou que está ansioso para a chegada da Fenagro. “Estamos sentindo falta e ficamos felizes com a confirmação da feira este ano”, afirmou, ressaltando que para além dos negócios no local, a troca de informações entre os produtores é positiva e fortalece a atividade no estado, que por possuir diferentes relevos e climas, tem também uma variedade de cachaças que atraem os seus apreciadores mais exigentes.Leia todas as reportagens do caderno Fenagro:>> A volta da Fenagro>> Fenagro também é grande palco de entretenimento>> Atividades voltadas aos estudantes favorecem encontro entre cidade e campo>> Exemplares de destaque nos rebanhos baianos desfilam na Fenagro>> Desde 1988, Fenagro mostra brilho da agropecuária baiana