A OAB nacional há anos questiona a expansão do modelo EAD no ensino jurídico. Beto Simonetti, presidente da entidade disse que a luta da OAB pela qualidade do ensino jurídico é histórica. “Por isso, comemoramos a cautela do MEC com a modalidade a distância, que significaria, neste momento e da forma como está, um retrocesso”.A OAB sempre foi crítica em relação ao crescimento de cursos jurídicos oferecidos de forma remota. A entidade defende que a formação de advogados exige mais do que acesso a conteúdos teóricos, envolvendo debate em sala, acompanhamento docente e vivência prática, elementos comprometidos no formato do ensino a distância.Quer receber mais notícias do Pará e do mundo? Acesse o canal do DOL no WhatsApp!Tereza Cristina de Brito Azevedo, presidente do Conselho Federal de Medicina – Secção do Pará (CRM-PA) também defendeu a postura do MEC que proibiu a graduação em Medicina em EAD. “A decisão está alinhada com as preocupações expressas tanto pelo Conselho Federal como pelos Conselhos Regionais de Medicina. A medida visa assegurar que a formação médica mantenha padrões de qualidade essenciais para a boa prática profissional segura e eficaz”.Segundo a presidente, a formação médica exige do aluno não apenas o conhecimento teórico, mas também desenvolvimento de habilidades práticas, com experiências clínicas que são fundamentais para a atuação profissional. “A modalidade presencial proporciona um ambiente de aprendizado mais adequado para o desenvolvimento de citadas habilidades, incluindo a interação direta com pacientes e a prática supervisionada em ambientes clínicos”.Portanto, diz: “A decisão do MEC de proibir o EAD nos cursos de Medicina “pode ser considerada uma medida correta para garantir a qualidade da formação dos profissionais de medicina e, consequentemente, a segurança e o bem-estar dos pacientes”.EnfermagemAntônio Marcos Freire, presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Pará (Coren-PA) destaca que a decisão do MEC contempla um desejo antigo dos profissionais de enfermagem, que é o de se banir definitivamente a formação EAD dos profissionais de enfermagem no Brasil.“Nós avaliamos a decisão como extremamente positiva para a formação dos enfermeiros técnicos brasileiros já que, pelas suas características, a profissão exige o contato presencial, exige a presença física do professor, do instrutor, do orientador para que o aluno tenha o aprendizado em alto nível. As técnicas da enfermagem só podem ser aprendidas na presença do professor, que analisa se o procedimento realizado está dentro dos padrões científicos”, explica.O presidente do Conselho considera que existe hoje no Brasil um retrocesso no aprendizado dos profissionais de saúde de um modo geral, tendo em vista o resultado das avaliações de cursos por todo o Brasil realizadas pelo MEC.“Um dos principais motivos é a proliferação de cursos de forma desenfreada e sem critério, sem qualidade, com a autorização do próprio ministério. Muitos alunos saem da faculdade sem o conhecimento da parte prática com o rigor metodológico que a formação exige e vão trabalhar em hospitais e clínicas. Sem dúvida a EAD é uma das principais responsáveis por essa situação”, critica.
Conselhos do Pará apoiam suspensão do EAD em cursos
Entidades representativas de classe dos cursos de Direito, Medicina e Enfermagem com assento no Pará apoiam a decisão do Ministério da Educação (MEC) de suspender a autorização de novos cursos nas três áreas na modalidade de ensino a distância (EAD), além de outras áreas de atuação, como Odontologia e Psicologia.O decreto foi assinado na manhã de segunda-feira (19) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi anunciada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em reunião com representantes das universidades e demais entes da sociedade civil relacionadas ao setor.CONTEÚDOS RELACIONADOSProjeto “Novas Histórias” promove transformações por meio da educaçãoMEC proíbe educação à distância em Direito e outras graduações. Confira!Regras do novo EAD vazam e trazem vedação a aulas 100% onlineSávio Barreto, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará (OAB-PA) diz que a entidade paraense acompanha o posicionamento do Conselho Federal e manifestou apoio à decisão do governo federal. Segundo ele “é uma medida necessária para a proteção da qualidade do ensino jurídico em nosso país, que exige formação sólida, presença física, diálogo constante e vivência prática. Estes são elementos essenciais à formação de profissionais que atuarão diretamente na garantia dos direitos da sociedade”.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.