Na manhã desta segunda-feira (19), trabalhadores da Caixa Econômica Federal realizaram uma paralisação e um protesto em frente à agência localizada na Avenida Engenheiro Roberto Freire, na Zona Sul de Natal. A ação, organizada pelo Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Norte (SEEB-RN), denuncia o desmonte do atendimento ao público promovido pela Caixa e marca posição contrária à elitização dos serviços bancários, intensificada pela implantação do modelo de agências Singulares.
As chamadas “agências singulares” são unidades estruturadas exclusivamente para o atendimento de clientes de alta renda. Nesses espaços, não há serviços tradicionais como caixas ou gerentes de varejo. Em contrapartida, a população que depende do banco para acessar serviços sociais básicos — como financiamentos habitacionais, saques de benefícios e atendimento presencial — enfrenta o fechamento de agências convencionais e o sucateamento das que permanecem abertas.
Segundo o sindicato, a agência da Roberto Freire será fechada para reformas e reaberta dentro desse novo modelo segmentado. “Estão fechando essa agência, vão fazer uma reforma. Mas não vai trazer de volta a mesma agência, vai trazer uma agência singular, para clientes exclusivos, de alta renda. A população em geral vai ficar desprestigiada, será jogada para outras agências”, alertou Alexandre Cândido, coordenador-geral do SEEB-RN, em entrevista cedida à TV Tropical.
A atual estrutura será incorporada à unidade do Parque das Colinas, no bairro de Candelária. De acordo com os bancários, 27 servidores públicos que atuam hoje na agência receberão o reforço de 24 colegas vindos da unidade desativada. No entanto, o futuro dos trabalhadores terceirizados permanece incerto, o que levanta preocupações com possíveis demissões.
Para o SEEB-RN, o processo de reestruturação representa um grave retrocesso. “Estamos falando de um banco público, que tem papel essencial no acesso da população a serviços fundamentais. Criar espaços exclusivos para clientes de alto poder aquisitivo e, ao mesmo tempo, fechar agências é uma escolha política, e profundamente desigual”, enfatizou Cândido.
A mobilização desta segunda-feira é parte de uma série de ações em defesa do papel social da Caixa, da preservação dos empregos bancários e de um atendimento digno para todas as pessoas. O sindicato reforça que seguirá vigilante e mobilizado para denunciar e combater qualquer tentativa de desmonte da instituição enquanto banco público voltado ao interesse coletivo.
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