

Cinco torcedores do Valladolid foram condenados por insultos racistas contra o jogador brasileiro Vinícius Júnior, em decisão homologada pela Audiência Provincial de Valladolid nesta quarta-feira (21). O tribunal espanhol estabeleceu um precedente jurídico ao enquadrar o caso como “crime de ódio”, e não apenas como “crimes contra a integridade moral” com “agravante de racismo”, como ocorria anteriormente em casos similares.
A decisão judicial impôs aos torcedores penas de um ano de prisão e multas entre 1.080 e 1.620 euros. Os condenados também ficaram proibidos do “exercício de profissões ou atividades educativas nos âmbitos docente, esportivo e de lazer por quatro anos”.
O caso ocorreu em dezembro de 2022, durante partida entre Valladolid e Real Madrid no estádio José Zorrilla, pelo Campeonato Espanhol. Vinícius Júnior foi alvo das ofensas após ser substituído, quando comemorava um gol do Madrid próximo à mureta que separava torcedores do campo.
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Na época, o atacante brasileiro manifestou-se nas redes sociais: “Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e LaLiga segue sem fazer nada. Seguirei de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e do Madrid. No final, a culpa é minha”.
A LaLiga, organizadora do Campeonato Espanhol e responsável por iniciar o processo judicial, celebrou o resultado em comunicado: “Esta decisão judicial representa um marco inédito na luta contra o racismo no esporte na Espanha, que até então contava com sentenças por condutas contra a integridade moral com agravante de racismo. O fato de a sentença mencionar expressamente o crime de ódio associado aos insultos racistas reforça a mensagem de que a intolerância não tem lugar no futebol”.
A sentença é suspensa, o que significa que os condenados não irão automaticamente para a prisão. Para evitar o cumprimento da pena em regime fechado, aceitaram duas condições: não cometer novos delitos por três anos e não comparecer a estádios de futebol para jogos de alcance nacional durante o mesmo período.
As agressões verbais foram amplamente divulgadas nas redes sociais, facilitando a identificação dos responsáveis. Os torcedores apresentaram declaração escrita reconhecendo as ofensas racistas e pedindo desculpas, mas o processo judicial prosseguiu.
Vinícius Júnior decidiu não aceitar indenização pelos danos sofridos durante o episódio de discriminação racial.
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