A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta sexta-feira (16), por meio de um ofício, que realizará no dia 25 de maio a eleição que vai definir o substituto de Ednaldo Rodrigues, afastado da presidência da entidade na quinta-feira (15) por decisão da Justiça do Rio de Janeiro.A eleição será na véspera da data prevista para a chegada do italiano Carlo Ancelotti, contratado para ser o novo treinador da seleção brasileira. A publicação do edital com as regras para o pleito será feita neste sábado (17).Conteúdo Relacionado:Ednaldo Rodrigues é afastado novamente da presidência da CBFFPF se une a 18 Federações e ‘abandona’ Ednaldo RodriguesGluck Paul defende federações e comenta “instabilidade” na CBFRonaldo Fenômeno descarta nova candidatura à CBFPresidente da Federação de Roraima ganha força para assumir a CBFAncelotti toma decisão sobre a Seleção após Ednaldo ser afastado da CBFO registro das chapas interessadas será feito entre domingo (18) e terça-feira (20). A regra eleitoral para registro mínimo de candidatura volta a ser aquela que antecede reformas estatutárias recentes da CBF. Assim, para oficializar uma candidatura, a chapa precisa do apoio formal de oito federações e cinco clubes.Na quinta-feira, Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo em decisão do desembargador Gabriel Zefiro. O magistrado nomeou Fernando Sarney, um dos vice-presidentes da entidade, como interventor, responsável por convocar novas eleições.Embora seja vice de Ednaldo, o cartola, que é filho do ex-presidente da República José Sarney, está rompido politicamente com o dirigente. Alinhado à oposição, ele não integrou a chapa de reeleição do presidente, vencedora por aclamação, no dia 24 de março.No despacho do desembargador Gabriel Zefiro, o masgistrado considerou nulo o acordo que validou a primeira eleição vencida por Ednaldo “em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel Nunes”.Nunes foi um dos signatários no TAC (Termo de Ajuste de Conduta) assinado entre o Ministério Público e a CBF para evitar questionamentos a respeito do processo que levou Ednaldo à presidência da entidade. A competência do MP para tal acordo, porém, é questionada.No dia 28 de maio, o STF (Supremo Tribunal Federal) dará continuidade ao julgamento da ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 7580, que avalia a legitimidade do Ministério Público para firmar esse tipo de acordo com entidades esportivas.Ednaldo se sustentava em sua cadeira por decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, relator do caso.A assessoria jurídica da presidência da CBF qualificou essa decisão como uma “afronta direta” à ordem constitucional e pediu ao STF medidas cautelares para suspendê-la.O recurso deve ser analisado pelo ministro Gilmar Mendes. Pessoas próximas ao magistrado afirmam ter tornado improvável a permanência de Ednaldo no comando da CBF.No recurso apresentado, a defesa diz que a atuação do tribunal do Rio “gera risco institucional iminente para o regular funcionamento” da CBF.Mas no recurso, a equipe jurídica da presidência da CBF classificou a nomeação de Sarney como “ilegal” e “estarrecedora”.”Como é notório, a Fifa e a Conmebol não reconhecem como legítimos representantes da entidade aqueles nomeados judicialmente em substituição à diretoria eleita pela Assembleia Geral, o que potencialmente sujeita a CBF e suas seleções a severas sanções, inclusive a exclusão de competições esportivas de nível internacional”, acrescenta o documento.A defesa de Ednaldo também afirma que a decisão do TJ do Rio foi tomada sem qualquer lastro em provas, se baseando no trecho do despacho do desembargador que diz: “A robustez dos indícios trazidos aos autos leva à inarredável conclusão acerca de um fato, até mesmo óbvio: há muito tempo o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade.”A destituição de Ednaldo Rodrigues ocorre na mesma semana em que a CBF anunciou o italiano Carlo Ancelotti, ainda no Real Madrid, como novo técnico da seleção brasileira.
CBF convoca eleição para véspera da chegada de Ancelotti
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