Bebê reborn: é importante ter noção da fantasia e realidade

Os bebês reborn ganharam mais fama recentemente, principalmente por meio das redes sociais. Vale ressaltar que não é um bebê de verdade, mas uma boneca realista feita de silicone. O burburinho tem ganhado destaque porque há pessoas que estão festejando aniversários e realizando diferentes atividades com os bebês reborn, o que tem dividido opiniões.A psicóloga clínica e educacional e professora da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Niamey Granhen, explica que a aquisição dos bebês reborn pode ser motivada por diferentes fatores e é muito particular de cada pessoa.CONTEÚDOS RELACIONADOS:Projeto de lei quer proibir atendimento a bebê reborn no ParáProjeto proíbe ‘atendimento’ de bebê reborn em hospitais do SUS“As motivações podem ser diversas: querer colecionar porque está na moda, porque acha bonito ou legal, mas não tem como a gente dizer, de modo geral, pois cada pessoa deve ter a sua singularidade e a sua própria motivação para comprar e ter um bebê reborn”, afirma.Quer saber mais notícias? Acesse o nosso canal no WhatsAppGranhen explica que os bebês podem ter diferentes significados para quem os possui. Algumas pessoas podem querer ter para brincar, sendo um processo mais lúdico, porque muitas vezes não experimentaram isso na infância e querem vivenciar agora. Há também quem compra os bebês reborn para dar de presente para crianças, filhos ou sobrinhos.

“O elemento de realidade dos bebês faz com que possa facilitar mais a própria fantasia desse lúdico. Então, quanto mais próximo do bebê real, mais você pode incrementar sua fantasia no brincar. Mas aí o que representam os bebês depende muito de cada pessoa. De maneira geral, a gente pode imaginar mais um processo lúdico, de ter um bebê onde você pode brincar, trocar roupinha, dar banho, cuidar e fazer uma maternagem.”Ao contrário do que muitos dizem, principalmente nas redes sociais, a professora da UFPA frisa que ter um bebê reborn não vai afetar a saúde mental e emocional de alguém, desde que a pessoa saiba lidar de forma lúdica no brincar. “Ela não precisa ter um trauma para querer substituí-lo e ter um bebê reborn. Mas, dependendo da motivação para ter o bebê e o espaço que este está ocupando na vida dessa pessoa, aí a gente pode perceber se tem sinais e sintomas de algum adoecimento na saúde emocional”.Conforme ressalta Niamey Granhen, o processo lúdico pode estimular a criatividade e o prazer, desde que quem possui o bebê reborn tenha a noção entre realidade e fantasia. “Esses bebês reborn quanto mais elaborados, mais dão aquele senso de que é de verdade”, explica a professora, que ainda destaca que estes bebês já existem há bastante tempo, mas que teve um boom devido a questões da mídia e redes sociais.“O mais perigoso é a gente ver algumas pessoas que são influenciadoras e que podem estar estimulando as pessoas na questão desenfreada do consumismo. Isso seria um risco, porque os bebês reborn são brinquedos caros”, salienta.

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