Pesquisadores fizeram, pela primeira vez, um registro em time-lapse que mostra o momento exato em que o coração começa a se formar.
As imagens revelam o instante em que as células cardíacas iniciam uma organização espontânea em um formato semelhante ao de um coração, logo no início do desenvolvimento embrionário. O registro foi feito a partir de um embrião de camundongo vivo.
Veja aqui o regsitro feito pelos pesquisadores.
O estudo queria compreender como as células se comportam para a formação do coração. Os pesquisadores descobriram que as células cardíacas se organizam muito antes do que se sabia e isso pode melhorar as pesquisas para a correção de problemas cardíacos em fases bem iniciais.
Captar esse tipo de processo natural em tempo real não é simples. As imagens foram obtidas por meio de uma técnica chamada microscopia avançada de lâmina de luz, que permitiu acompanhar os embriões durante um marco do desenvolvimento conhecido como gastrulação.
A gastrulação é o processo em que as células começam a se especializar e se organizar nas estruturas primárias do corpo, como o coração. Em humanos, isso ocorre por volta da segunda semana de gestação.
As imagens foram capturadas a cada dois minutos ao longo de 40 horas, mostrando as células se movendo, se dividindo e formando um órgão em sua versão primária. (Veja o vídeo acima)
Os pesquisadores observaram que, no início da gastrulação, as células destinadas exclusivamente ao coração emergiram rapidamente e se comportaram de forma organizada. Em vez de se moverem de forma aleatória, passaram a seguir caminhos distintos — algumas contribuindo para os ventrículos (as câmaras de bombeamento do coração) e outras para os átrios (por onde o sangue entra no órgão, vindo do corpo e dos pulmões).
Segundo os autores, a pesquisa mostrou que as células cardíacas em embriões de camundongos começam a se organizar em um formato semelhante ao do coração já nos estágios iniciais do desenvolvimento.
Essa descoberta pode ajudar em pesquisas voltadas ao tratamento de defeitos cardíacos congênitos, que afetam cerca de 1 em cada 100 bebês.