Chuvas de maio de 2024 são apontadas como principal causa da devastação
O desmatamento da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul teve um aumento alarmante de quase 3.000% em apenas um ano. Segundo o Atlas da Mata Atlântica 2025, divulgado nesta segunda-feira (12) pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o estado passou de 52 hectares desmatados entre 2022 e 2023 para 1.602 hectares no período de 2023 a 2024.
O principal fator apontado para a devastação é a enchente histórica de maio de 2024, que causou deslizamentos de terra e perda de vegetação nativa em diversas regiões do estado. A tragédia deixou 184 mortos, 25 desaparecidos e atingiu 96% dos municípios gaúchos.
RS está entre os cinco estados que concentram 93% da perda nacional
Além do Rio Grande do Sul, os estados da Bahia, Minas Gerais, Piauí e Mato Grosso do Sul também figuram entre os cinco que mais desmataram no Brasil. Juntos, eles são responsáveis por 13.379 hectares de vegetação nativa destruída, o que representa 93% do desmatamento total do país.
De acordo com os pesquisadores, os deslizamentos provocados pelas chuvas intensas evidenciam como as mudanças climáticas vêm agravando a perda de cobertura florestal, especialmente em áreas de risco.
Municípios da Serra Gaúcha lideram ranking estadual de desmatamento
Três cidades da Serra lideram os índices de devastação no estado:
- Veranópolis: 235 hectares desmatados (quase 3% da área total de mata do município);
- Cotiporã: 162 hectares;
- Dois Lajeados: 131 hectares.
Esses municípios, conhecidos por suas paisagens naturais e vínculos com o ecoturismo, agora enfrentam o desafio de reconstruir, além da infraestrutura, parte significativa de seus ecossistemas.
Áreas protegidas também foram atingidas
Nem mesmo as áreas de preservação ambiental escaparam da destruição. O Parque Estadual Quarta Colônia perdeu 4 hectares de vegetação nativa, enquanto a Reserva Particular do Patrimônio Natural Salto Forqueta teve 2 hectares desmatados.
Outro destaque do levantamento foi a Bacia Hidrográfica do Guaíba – Taquari, que registrou a perda de 1.230 hectares de mata atlântica.
Especialistas alertam para impactos ambientais e sociais
O estudo reforça que os efeitos das mudanças climáticas vão além da destruição ambiental. A perda da vegetação contribui para o agravamento de desastres naturais, gera prejuízos econômicos e sociais e dificulta a regeneração do bioma.
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