Quando a maternidade vem pela adoção

Desde a infância, Girlene sempre sonhou em ser mãe. Mas, devido a problemas de saúde, esse sonho foi sendo adiado.

“A gente sempre pensa em ser mãe né, começa pelas brincadeiras de boneca.

Depois de casar, tentei engravidar por três anos e seis meses. Mas precisei fazer uma cirurgia pra retirada de um ovário e isso desanimou um pouco. Passei mais nove anos casada com meu 1º marido e não engravidei. Só com o 3º marido que decidimos adotar”, resume Girlene Nascimento, que trabalha como agricultora em Serra do Mel.

 A ideia da adoção foi bem recebida tanto pela família dela, como do marido.

Estava com Damião há quatro anos. Fomos ao fórum, ajeitamos os papéis e fizemos o cadastro em 2018. Primeiro colocamos a opção de adotar crianças de 0 a 5 anos, depois aumentamos para 8, quando apareceu uma criança de 14 anos e a assistente social ligou perguntando se a gente queria conhecer e nós aceitamos”, conta Girlene.

Girlene com o marido e o filho ao centro I Foto: cedida

No processo pra se conhecerem, antes de terem a certeza da adoção, o casal passou um ano recebendo a visita do menino durante os finais de semana e feriados.

“Desde o início nós quisemos e ele também! Passamos um ano com ele só nos finais de semana e feriados. Eu que ia buscar e deixar. Ele brincava, jogava bola, andava de bicicleta… Ele é um menino carinhoso, brincalhão, um ótimo garoto, agora já tá maior de idade, não tenho o que reclamar do meu filho. Até perguntavam se era filho biológico, tenho um sobrinho que é muito parecido com ele”, conta a agricultora, que trabalha na raspagem de castanha de caju.

Ao contrário do que muita gente possa imaginar, para fazer a adoção de uma criança ou adolescente não é preciso ser rico. Os interessados devem procurar a Vara de Infância e Juventude mais próxima de sua residência. A idade mínima para se habilitar para a adoção é 18 anos, independentemente do estado civil e deve haver uma diferença mínima de 16 anos entre quem deseja adotar e a criança a ser acolhida.

Para Gerlane, o processo de adoção deu tão certo que ela permaneceu na fila, dessa vez, para dotar uma criança entre 0 e 2 anos.

“Não escolhemos o sexo. Já esperamos pelo segundo filho há quatro anos”, revela.

A demora tem relação com a proporção entre o número de recém nascidos disponibilizados para adoção e a fila de espera dos pretendentes. Atualmente, há mais pretendentes querendo adotar do que crianças disponíveis para adoção, o problema é que, em muitos casos, os pais procuram uma criança recém nascida, quando a maioria que aguarda adoção são adolescentes.

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