‘Não podemos permitir’, diz deputado sobre ameaças à prefeita de Parnamirim

A Assembleia Legislativa do RN manifestou apoio unânime à prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz (SDD), vítima de ameaças de morte e ataques racistas nesta semana. O caso, levado ao plenário pelo deputado Ubaldo Fernandes (PSDB) na última terça-feira 30, levou a Casa a cobrar investigação imediata da Polícia Civil e da Secretaria Estadual de Segurança (Sesed). Ele ainda ressaltou a trajetória da gestora como exemplo de superação.

“Essa mulher, que veio de família humilde, foi costureira, professora, vereadora e hoje comanda uma das maiores cidades do estado, está sendo alvo de um absurdo: ameaças de morte e preconceito racial”, afirmou. O deputado cobrou ação imediata da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança para investigar os casos. “A Polícia Civil dará cobertura total para elucidar essas ameaças. Não podemos permitir que episódios como esses se repitam”, completou.

O deputado Tomba Farias (PL) reforçou o apoio dos 24 deputados estaduais a Nilda, ressaltando a união das bancadas da Casa. “Fatos como esse não podem acontecer mais no Estado. E quero dizer também que a solidariedade vai aqui dos 24 deputados estaduais desta Casa”.

Nilda revelou nesta semana que está recebendo ameaças de morte há pelo menos duas semanas. As mensagens, que chegam no WhatsApp pessoal da prefeita, têm também uma série de insultos racistas.
Em uma das mensagens, o contato envia uma mensagem chamando a prefeita de “macaca” e diz que “dentro de 10 dias” ela será assassinada. “Já estou contando as balas. (…) Eu vou te matar e vou sair pela porta da frente como se nada tivesse acontecido”, diz o texto.

Em outro trecho, o criminoso diz que também que vai “entrar atirando” em uma escola. Diz ainda que sofreu bullying na escola e que, por isso, vai “matar o máximo de negros, viados, bixas e macumbeiros que encontrar pela frente”.

De maneira preventiva, a prefeita já está circulando com escolta armada, providenciada pela Guarda Municipal de Parnamirim.

Um boletim de ocorrência foi registrado, e o caso já está sendo investigado na Delegacia Especializada no Combate a Crimes Raciais, Intolerância e Discriminação (Decrid).

A governadora Fátima Bezerra (PT) disse que a Polícia Civil vai investigar as ameaças com “todo o rigor da lei” e com “prioridade”. Em publicação nas redes sociais, Fátima acrescentou que os ataques direcionados a Nilda são “absolutamente inaceitáveis e que não serão tolerados em nosso estado”.

Ao tomar conhecimento da situação, a governadora disse também ter entrado em contato com o secretário estadual de Segurança, Coronel Araújo, e com a delegada-geral de Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, para ordenar o início das investigações sobre o caso.

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