Thabatta processa Sargento Gonçalves após fala transfóbica

A vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) afirmou que processou o deputado federal Sargento Gonçalves (PL) por ter sido chamada no masculino, como “vereador”, no plenário da Câmara dos Deputados. Thabatta é a primeira vereadora trans de Natal.

A fala de Gonçalves ocorreu em sessão da Câmara na quarta-feira (9), um dia depois que Pimenta se posicionou contra a concessão de título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela relatou que sua mãe, profissional de saúde, morreu de Covid-19 antes de conseguir se vacinar — segundo a parlamentar, por responsabilidade direta do então presidente, que atrasou a compra das vacinas. Gonçalves, então, fez um pronunciamento no plenário em Brasília para defender a homenagem, debochando da bancada de oposição de Natal pelos protestos.

“A todos os vereadores da extrema esquerda e, em especial, ao vereador Thabatta digo: podem chorar, pois o choro é livre. O presidente Bolsonaro, o melhor presidente do Brasil, e é o ex-presidente mais querido do nosso país”, disse.

Thabatta foi às redes sociais e afirmou que “mesmo depois de ouvir tudo aquilo, depois da minha fala, da perda da minha mãe, eu ainda tenho que ouvir uma fala criminosa dessa, de um deputado federal aqui do Rio Grande do Norte. É claro que não vai ficar impune, como nada criminoso à minha pessoa, à minha família fica.” 

“Tudo partiu de uma fala do que eu sinto, do que tantas pessoas sentem nesse país. E não vai ser você, os seus amiguinhos, seus coleguinhas que vão mudar isso. A minha dor, as minhas lutas são legítimas. Eu não sei a sua, mas mais uma vez, isso não ficará impune”, disse, em outro momento, a parlamentar.

Pimenta anunciou que entrou com uma ação no Ministério Público contra o deputado federal Sargento Gonçalves pelo crime de transfobia. Também informou que protocolou uma representação civil pedindo que o deputado pague uma indenização por danos morais, e que registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Combate a Crimes de Racismo, Intolerância e Discriminação (DECRID).

“O deputado se atreveu a se referir a minha pessoa usando pronomes masculinos, em um total desrespeito à minha identidade de gênero, além de dar continuidade ao discurso do vereador Eliabe que debochou da minha fala em nome das vítimas da COVID, com a frase ‘o choro é livre’”, disse Thabatta, em outra publicação.

“O comportamento do deputado demonstrou um desprezo alarmante pelo respeito e pela dignidade, incitando ainda mais o ódio entre seus seguidores. Espero que o Ministério Público haja rapidamente, pois a impunidade neste caso pode perpetuar a banalização da dor alheia e a desumanização daquelas pessoas que buscam uma representação justa e igualitária. O que se espera é uma resposta firme do sistema judiciário, para que todos saibam que o ódio e a discriminação não têm lugar em uma democracia. A luta por respeito e dignidade para todas as identidades de gênero continua, e a minha voz seguirá ecoando em luta!”, continuou”

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