100 dias de gestão: veja o que fez o prefeito de Cuiabá


O g1 reuniu as promessas, os desafios e as polêmicas que ocorreram durante o início de mandato do prefeito Abilio Brunini. Abilio Brunini (PL) durante cerimonia de posse como prefeito de Cuiabá, no dia 1° de janeiro
Luiz Alves/Prefeitura de Cuiabá
Abilio Brunini (PL) completou 100 dias como prefeito de Cuiabá, nesta quinta-feira (10), e o g1 reuniu os principais feitos durante esse período, entre promessas, desafios e algumas polêmicas.
Logo no início do mandato, ele se deparou com uma dívida da Prefeitura estimada em R$ 1,2 bilhão, o que o fez prometer cortar R$ 100 milhões em gastos supérfluos e contratos mal geridos nos três primeiros meses do ano.
No terceiro dia de gestão, Abilio assinou um decreto de calamidade financeira na capital e determinou a redução de despesas em 40%, além da reavaliação de licitações e contratos. No entanto, o objetivo não foi alcançado completamente, a promessa é que o corte de R$ 100 milhões seja alcançado ainda em abril.
“Tá quase lá! A gente já tem R$ 92 milhões economizados. Devemos bater a meta ainda neste mês”, declarou.
Na mobilidade urbana, o prefeito não conseguiu romper o contrato com a CS Mobi, consórcio responsável por operar o estacionamento rotativo, devido ao contrato que prevê uma multa milionária. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) chegou a ser instaurada para investigar possíveis irregularidades no contrato de 30 anos.
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A criação da Guarda Municipal Armada também não teve avanço. O município aguarda decisão jurídica sobre o poder de polícia da guarda antes de iniciar o projeto, ainda sem previsão.
Abilio anulou o ato de inauguração do Mercado do Porto. Segundo ele, a obra foi reinaugurada sem a obra estar finalizada. Ele também destituiu a Associação de Feirantes do Mercado do Porto, durante uma visita técnica, alegando que era necessário restabelecer a ordem e transparência na gestão do espaço.
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Desafios
Além da calamidade financeira, Abilio precisou enfrentar os protestos dos servidores da saúde e professores que cobravam salários atrasados por parte da gestão anterior e o temporal que atingiu a capital no início do ano. Em janeiro, uma lei que estabeleceu um auxílio financeiro no valor de R$ 1 mil para famílias atingidas pelas fortes chuvas foi aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito.
Ainda na primeira semana de mandato, o prefeito determinou a suspensão imediata da cobrança para visitação ao Aquário Municipal. O valor cobrado era de R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia, após a reinauguração. Ele disse que pretendia conceder o aquário à iniciativa privada para reduzir um custo de R$ 250 mil ao município.
Abilio também precisou adiar a volta às aulas devido o levantamento dos problemas na educação do município.
De acordo com o documento, das 171 escolas da capital, 15 estavam em condições críticas e as demais passando por readequação. Entre os problemas encontrados estavam móveis enferrujados, falta de ar condicionado nas salas de aula, de utensílios nas cozinhas, de produtos de higiene, além de um caso de desabastecimento de água.
Escolas municipais estão em condições precárias em Cuiabá
Outra promessa era o fim da lei que autorizava a cobrança de uma taxa para a coleta de lixo. Na última quinta-feira (3), a Câmara de Cuiabá aprovou o fim da taxa para pequenos geradores de resíduos, como moradores de bairros. A cobrança, no entanto, foi mantida para condomínios e restaurantes, que produzam mais de 50 kg de lixo por dia. A decisão tem previsão para entrar em vigor a partir de junho.
Polêmicas
Após o município pedir para que os pacientes procurassem os postos de saúde para atendimento sem agendamento prévio, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) se manifestou contra as declarações feitas por Abilio.
O conselho pontuou que Abilio deu a entender que os pacientes das UPAs e policlínicas com classificação de risco verde, poderiam ser atendidos em unidades básicas, o que, segundo o CRM, não procede. Segundo a instituição, a postura do prefeito estava levando pacientes com problemas mais graves às unidades, colocando em risco a vida dessas pessoas.
Após a repercussão, o prefeito voltou atrás e revogou o decreto que suspendia os agendamentos nas Unidades Básicas de Saúde do município e atendia por ordem de chegada.
O prefeito também recusou a destinação de recursos para o Carnaval deste ano, após decretar estado de calamidade financeira. Abilio ainda substitiu a tradicional festa de aniversário de Cuiabá, que completou 306 anos, nessa terça-feira (8), por um mutirão de limpeza e revitalização de áreas públicas.
Ainda assim, ao fim do mutirão, estavam previstos 16 shows de atrações regionais no Parque das Águas. No entanto, o evento foi adiado devido ao temporal que atingiu a capital e causou transtornos e estragos em diversos pontos.
Apoio da Câmara Municipal
Câmara Municipal de Cuiabá
Secom/Câmara
A boa relação de Abilio com a Câmara de Cuiabá foi fundamental para o avanço de alguns projetos importantes, como o auxílio financeiro para as famílias atingidas pelo temporal em janeiro e nesta semana, e o fim da taxa de lixo.
Outro projeto aprovado foi a reforma administrativa para reduzir cargos, desmembrar e criar novas secretarias na Prefeitura. Segundo o Executivo, a partir de uma análise de impacto financeiro, a diminuição de 812 para 769 cargos foi necessária pois eram cargos de alto custo.
O prefeito também teve influência na formação da Mesa Diretora da Casa, composta só por mulheres. Durante a cerimônia de posse, a vereadora Paula Calil (PL) foi eleita a presidente da câmara, ao lado da vice-presidente Maysa Leão (Republicanos) e das secretárias Michelly Alencar (União), Katiuscia Manteli (PSDB) e Dra Mara (Podemos).
“A presença dele na Câmara é natural. O diálogo tem sido constante e tem ajudado a aprovar pautas importantes”, disse Paula Calil.
Quem é Abilio Brunini
Abilio Brunini (PL)
Marcella Vieira/TV Centro América
Abilio Jacques Brunini Moumer, tem 40 anos, nasceu em Cuiabá e é formado em arquitetura e urbanismo. Eleito deputado federal em 2022, ele protagonizou diversas polêmicas no Congresso Nacional, principalmente durante sessões da CPI do 8 de janeiro.
Abilio foi eleito com 171.324 votos, 53,80% dos votos válidos, conforme os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em 2016, Abílio foi eleito vereador de Cuiabá, pelo Partido Social Cristão (PSC) e em 2020, disputou a prefeitura de Cuiabá, pelo Podemos, vencendo o 1º turno. No 2º turno de 2020, no entanto, foi derrotado por Emanuel Pinheiro (MDB), que foi reeleito com 51,17% dos votos válidos.
Ele é casado com a empresária e designer de interiores Samantha Iris e pai de dois filhos.
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