A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal de Natal aprovou, na segunda-feira (8), a concessão do título de cidadão natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta, que segue agora para votação em plenário, contou com apenas um voto contrário: o da vereadora Brisa Bracchi (PT). Ela é a única integrante da oposição na CCJ.
Única a se posicionar contra a homenagem, Brisa criticou duramente a concessão do título a Bolsonaro, que é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por chefiar uma tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022, com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É vergonhoso conceder qualquer tipo de honraria a uma figura que orquestrou contra nossas instituições e o direito soberano do povo escolher os rumos da nossa nação. Quem é inimigo da democracia não pode ser homenageado pela Casa do Povo”, declarou a vereadora.
Em tom enfático, Brisa afirmou que Bolsonaro “é digno apenas da cela onde ela ficará quando for preso por tudo aquilo que ele fez”.
A proposta foi de autoria do vereador Subtenente Eliabe Marques (PL), subscrita pelos vereadores Fúlvio Saulo (SDD), Tony Henrique (PL), Preto Aquino (PODE) e Camila Araújo (União).
O propositor da homenagem argumentou que o ex-presidente foi “o presidente que mais visitou a nossa cidade” e citou recursos enviados pela gestão dele à capital potiguar, que segundo ele somaram R$ 200 milhões.
“Visitar o estado ou a cidade não é deixar legado”, diz vereadora
“Os argumentos para justificar esse título são muito fracos. Deixar legado, honrar Natal é fazer como o presidente Lula e a presidenta Dilma fizeram ao viabilizar unidades do IFRN nas Rocas e no Potengi. É ampliar o Farmácia Popular, por exemplo, que só em 2024 beneficiou 189 mil natalenses”, completou.
O vereador Daniel Valença (PT) declarou que “teria vergonha de apresentar um título para esse senhor”, referindo-se ao ex-presidente.
“Eu espero que essa Casa não dê essa vergonha ao Rio Grande do Norte e a Natal”, acrescentou.

Daniel lembrou que Bolsonaro é acusado de “contrabandear joias”, foi responsável pela maior taxa mundial de mortalidade pela covid-19 e é acusado pela Procuradoria-Geral da República de tentativa de golpe de Estado.
“É impressionante como alguém é tão criminoso e covarde. Ele quer anistia, porque ele é covarde, não consegue nem se defender no banco dos réus”, ironizou.
Título será votado ainda em plenário
A votação no plenário está prevista para ocorrer já na quarta-feira (10), com a intenção de que o título seja entregue ao ex-presidente na sexta-feira (12), durante sua visita ao Rio Grande do Norte. Bolsonaro participa de eventos com aliados no estado, sendo o principal deles o senador Rogério Marinho (PL).
A oposição, liderada pela vereadora Brisa Bracchi, avalia estratégias regimentais para tentar impedir a votação e o avanço da proposta.
Parlamentares contrários ao título consideram a homenagem um desrespeito à história democrática de Natal e um gesto político que afronta as instituições.
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