
Guerra de tarifas. O presidente Donald Trump anunciou que vai impor mais 50% de taxa a partir de quarta-feira se a China não remover as tarifas. Essa foi a manchete recorrente dos sites de notícias dessa segunda-feira e, seguramente, capa dos jornais de hoje por conta da relevância do ato. Se de fato essa decisão for consolidada, as consequências podem ser graves por ser um embate entre as duas maiores economias do mundo.
Ninguém sabe se Trump está avaliando os resultados ou se faz um jogo de pôquer e blefando. Tendo ou não uma “boa mão”, há sérios riscos para todos os países, especialmente Estados Unidos, que joga uma cartada com todos os demais players da economia global. Até os chamados titãs de Wall Street, que apoiaram o presidente, agora criticam o tarifaço, pois sabem que têm muito a perder e quase nada a ganhar, sobretudo no curto prazo.
A segunda-feira começou com as bolsas de valores despencando, e assim foi durante todo o dia, tanto no mercado asiático quanto na Europa, nos Estados Unidos e até mesmo no Brasil. Como o multilateralismo criou vínculos econômicos, o que ocorre numa potência como os EUA repercute pelo mundo afora.
O grave desse enredo é que não se pode dizer que o presidente americano tem um limite. A cada dia ele cria uma nova demanda, e essa ameaça à China é perigosa, uma vez que o líder chinês, Xi Jinping, também já deu mostras de que não irá ceder ante as ameaças de Trump.
Na postagem na qual tratou da ameaça, Trump alega que o país, no caso a China, adota “tarifas já historicamente altas, tarifas não monetárias, subsídios ilegais a empresas e uma massiva manipulação cambial de longo prazo”. Algo grave que carece de comprovação.
A pergunta recorrente é: a quem interessa a guerra comercial? Ao responder às tarifas recíprocas de Trump, a China se mostra pronta para o embate e tem ferramentas para fomentar sua economia sem depender, necessariamente, do parceiro, que sequer é o seu maior mercado, estando apenas na quarta posição.
Embora a prudência seja a melhor alternativa ante um momento de tamanha tensão, os demais países devem ficar atentos, pois ninguém ficará impune nesse enfrentamento. Uma semana após o dia da libertação, quando o dirigente americano anunciou o pacote de tarifas, os mercados continuam em declínio, sem perspectiva de curto prazo. Todos tomam medidas para se protegerem, o que implica restrições de negociações multilaterais.
Se na quarta-feira passada foi anunciado o tarifário, a próxima (amanhã) será decisiva, porque Trump, ao ameaçar com uma tarifa de mais 50%, estará simplesmente jogando gasolina na fogueira, com resultados imprevisíveis.
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