Ministério alerta: seca extrema ameaça RN com queimadas em 2025 e 2026

As quatro mesorregiões do Rio Grande do Norte, segundo portaria do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima publicada na última sexta-feira (28), estarão sob emergência ambiental por risco de incêndios florestais em períodos entre o segundo semestre de 2025 e os primeiros meses de 2026.

A portaria ministerial engloba todos os estados brasileiros e o Distrito Federal, que têm diferentes períodos de alerta por risco de incêndio. Dessa forma, indica o período em que cada região vulnerável ao fogo deve enfrentar seca mais intensa, além de permitir a contratação emergencial de brigadistas para combater os incêndios. 

Além disso, a portaria especifica os seguintes períodos de alerta para as mesorregiões potiguares. 

  • Oeste Potiguar: julho de 2025 a fevereiro de 2026.
  • Agreste Potiguar: agosto de 2025 a janeiro de 2026;
  • Central Potiguar: agosto de 2025 a fevereiro de 2026;
  • Leste Potiguar: agosto de 2025 a março de 2026.

A partir das informações sobre as ameaças de incêndio, o governo federal planeja estratégias para mitigar os impactos do fogo. Para 2025, a expectativa é de que o combate ao fogo envolva 4.608 profissionais — serão 4.358 brigadistas e 250 servidores federais efetivos. 

Os brigadistas estarão divididos em 231 brigadas florestais federais —116 do Ibama e 115 do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). 

Entre 2023 e 2024, o Brasil registrou um crescimento de 79% no número de áreas queimadas, de acordo com o estudo Monitor do Fogo, do MapBiomas: passou de 17,23 milhões de hectares para 30,8 milhões de hectares. O RN foi o segundo estado brasileiro menos atingido, com 7.125 hectares fogueados de janeiro a dezembro do ano passado, e ficou atrás apenas de Sergipe (3.840 hectares).

Meses mais propensos a queimadas

Segundo Washington Rocha, coordenador da equipe MapBiomas de pesquisa sobre a caatinga, os meses de setembro, outubro e novembro geralmente estão mais propensos a queimadas: “Aí temos a temperatura mais alta e a umidade mais baixa, ou seja, fica mais quente [alta temperatura] e mais seco [baixa umidade]. Essas são as condições ideais para que haja incêndio”.

Para ocorrer incêndio, conforme ele, é necessário que o território tenha “matéria combustível”, além de outras questões. “Para que a queimada, de fato, se propague e se torne incêndio, é necessário que você tenha o que a gente chama de matéria combustível: aquele resto de folha, de matéria que foi se acumulando ao longo do ano”, explica. O acúmulo desse material é comum em áreas florestais.

“Quanto mais seca a área e quanto mais ela tiver matéria acumulada, mais ela vai queimar com facilidade. Então, isso também depende dos tipos de vegetação. Tem vegetação que tem capacidade de reter mais umidade, e essas que são menos suscetíveis a ser queimadas”, disse o especialista em entrevista à Agência Saiba Mais.

Contudo, para haver queimada, é preciso haver um fator-chave chamado ignição. O fogo precisa ser provocado, diz o especialista em Sensoriamento Remoto e professor na Universidade Estadual de Feira de Santana (BA).

“Vamos dar um exemplo, fazer uma analogia. Num posto de gasolina, você tem ali todas as condições reunidas [para haver fogo], não é? Você tem bomba de combustível, tem gasolina e álcool. As condições estão ali, certo? Mas, por que não pega fogo? Porque ninguém fica lá fumando, acendendo cigarro, ou seja, as pessoas sabem que é um local que tem que ter cuidado com a questão do fogo”.

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