RN bate recorde na realização de cirurgias eletivas

“Foi tudo rapidinho. Quando eu marquei a consulta, não demorou nem dois meses para marcar a cirurgia. Fui muito bem atendida, não me faltou nada. Tive uma ótima recuperação, no retorno fui bem atendida e bem avaliada pelo o médico que fez minha cirurgia”. O depoimento de Maria Igracilene Pereira, moradora da região Seridó, é um dos exemplos de como o programa de cirurgias eletivas do Governo do Estado vem alcançando êxito no Rio Grande do Norte. A mulher de 38 anos teve sua histerectomia e mais outros três procedimentos em conjunto realizados no Hospital Regional Dr. Mariano Coelho, em Currais Novos, fazendo parte dos 89.605 procedimentos feitos no RN em 2024. O número é recorde absoluto da série histórica apurada desde 2014.

Assim, o estado teve um aumento de 17% em relação ao ano anterior – quase 13 mil cirurgias a mais que em 2023, quando o estado havia alcançado o marco de 76.619 procedimentos. Essas conquistas foram viabilizadas por meio do Programa Mais Cirurgias, Mais Saúde, coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) desde 2020 e financiado pelo Governo do Estado, bem como através do Programa Nacional de Redução de Filas (PNRF), lançado pelo Ministério da Saúde. Somados, os programas representaram um investimento de R$ 46,5 milhões na melhoria do acesso às cirurgias para a população potiguar.

Os números foram apresentados pela gestão da Sesap durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira 24. “Esse é o resultado de um trabalho conduzido por muitas mãos, com o objetivo de dar mais saúde, dignidade e qualidade de vida ao povo potiguar. O nosso desafio para 2025 é fazer com que a quantidade de cirurgias cresça ainda mais”, destacou a secretária-adjunta Leidiane Queiroz.

A realização de cirurgias colocou o RN também em destaque no cenário nacional. O estado foi o líder no ranking nacional de eletivas de alta complexidade, com base na população residente por estado, e o 5º lugar geral e o 1º do Nordeste em cirurgias de média complexidade.

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REGIONALIZAÇÃO

Para esses avanços se concretizarem, o Governo do Estado investiu tanto nas parcerias com os municípios e prestadores de serviço, como em melhorias na sua rede hospitalar, tanto no âmbito da infraestrutura, por meio de reformas e expansões, quanto na aquisição de equipamentos e aumento do quadro de profissionais, dentro de um conjunto de ações coordenadas pela Sesap, para fortalecer os hospitais regionais e garantir a assistência no território dos pacientes.

“O Hospital Dr. Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros, vem crescendo cada vez mais por meio dos investimentos feitos pelo Governo do Estado. Em 2021 iniciamos o Programa Mais Cirurgias, Mais Saúde, ofertando cirurgia gerais. Já em 2023, mudamos nosso perfil, focando nas cirurgias ortopédicas. Avançamos nessa especialidade para que os pacientes da região do Alto Oeste não precisassem mais se deslocar para a capital, para realizar esse tipo de procedimento. Ao longo de 2024, realizamos em torno de 250 cirurgias ortopédicas. Agradecemos o incremento que a Sesap proporcionou para nossa unidade, de modo a possibilitar uma assistência de maior qualidade à população da região. Agradecemos, também, ao Governo do Estado, por acreditar que um hospital do interior fosse capaz de dar conta de tão grandioso serviço”, destacou o diretor da unidade, Raimundo Farias.

Francisco Cleitiano foi um dos pacientes atendidos no Hospital Regional de Pau dos Ferros para a realização de procedimento ortopédico. “Tenho que agradecer ao hospital por trazer esse tipo de cirurgia aqui para Pau dos Ferros. Já fiz essa cirurgia uma vez antes, mas foi em Natal. Isso é uma melhoria para gente”, relatou ele.

A região do Seridó também foi beneficiada com a expansão das cirurgias eletivas. “É com grande orgulho que celebramos um marco importante para nossa unidade. Em 2024, fomos o segundo hospital estadual com o maior número de cirurgias realizadas, consolidando nosso compromisso com a saúde da população. Mais do que quantidade, destacamos a qualidade e complexidade dos procedimentos oferecidos, como cirurgias de endometriose, bariátrica e tireoide – sendo o único hospital do estado a realizá-los pelo SUS”, relatou a diretora do Hospital Regional de Currais Novos, Lígia Oliveira.

Uma das pessoas beneficiadas Já a paciente Irca Pinheiro, 57 anos, que passou por uma cirurgia bariátrica, elogiou o acompanhamento multidisciplinar recebido durante todo o processo de atendimento. “Fui selecionada para fazer a cirurgia por causa das minhas comorbidades (pressão arterial alta, diabetes, obesidade, colesterol alto, gastrite e ansiedade). Tivemos uma reunião inicial online com o cirurgião, para nos explicar como seria a cirurgia. Passei depois por três consultas, com cirurgiões e nutricionista, e participei de uma reunião com uma estagiária de psicologia, junto com outras pacientes. Depois de mostrar os resultados dos exames, aguardei o contato para marcar a cirurgia. Durante seis meses pós-cirurgia, tivemos acompanhamento dos cirurgiões e da nutricionista no hospital. Até hoje sou acompanhada por psicóloga, fonoaudióloga e nutricionista. Depois da cirurgia, nasci novamente, pois, até aquela data, estava com 110kg e sem nenhuma perspectiva de vida. Hoje estou com 58kg e muita vontade de viver, e voltando a fazer o que mais gosto, que é pedalar”, comemorou.

ORTOPEDIA

O Hospital Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, esteve entre as cinco unidades hospitalares que mais realizaram cirurgias em 2024, com 4.172 procedimentos registrados. “O hospital, no ano de 2024, avançou bastante no seu papel de assistência às vítimas de traumas. As cirurgias ortopédicas de alta complexidade tiveram um aumento de mais de 100%”, pontuou Maria José de Pontes. Com os investimentos feitos pela Sesap, o Deoclécio Marques abriu 66 novos leitos e uma nova sala de cirurgias, priorizando os procedimentos eletivos de pacientes com limitações pós-trauma.

Altamira de Moura é uma dessas pacientes que passaram pelo hospital em 2024. Após sofrer um acidente de motocicleta, foi cirurgiada na unidade. “Agradeço muito a Deus por isso (ser atendida no hospital). Foi onde realmente tive atendimento, conforto, acalento. Desde que cheguei no hospital, as enfermeiras, os maqueiros, a equipe médica, trataram a gente tão bem”, relatou ela.

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