Bannon se declara culpado por desviar fundos do muro de Trump

Steve Bannon, um dos principais aliados e ex-estrategista sênior de Donald Trump, se declarou culpado de uma acusação por esquema de fraude relacionada à sua campanha de arrecadação de fundos para o muro do presidente dos EUA ao longo da fronteira com o México.

Com a declaração, Bannon evitou uma pena de prisão e foi condenado a três anos de liberdade condicional.

Bannon foi acusado de lavagem de dinheiro e conspiração em 2019, e acusado de enganar doadores que contribuíram com mais de US$ 15 milhões para uma campanha privada de arrecadação de fundos, conhecida como “We Build the Wall”, durante o primeiro mandato de Trump na Casa Branca.

Inicialmente, ele havia se declarado inocente e seria julgado em março, sob uma acusação apresentada pelo gabinete do promotor público de Manhattan, Alvin Bragg.

A ação sobre o financiamento foi movida pelo Condado de El Paso e pela Border Network for Human Rights, sob o argumento de que a administração Trump ultrapassou sua autoridade ao “declarar uma emergência nacional e violar as leis do Congresso de limitar fundos para barreiras na fronteira entre Estados Unidos e México” para garantir a verba para a construção do muro.

Em dezembro de 2019, um juiz federal do Texas bloqueou o uso de US$ 3,6 bilhões, provenientes do Pentágono, para o projeto e declarou que a proclamação de emergência pela Presidência para justificar o uso da verba era ilegal.

Condenação anterior de Bannon

 

O ex-estrategista do presidente dos Estados Unidos chegou a ser preso por outro caso, mas foi solto da prisão no fim de outubro, a uma semana da eleição nos Estados Unidos.

Bannon, que foi um dos principais nomes da direita nos EUA durante a gestão de Trump, estava preso por ter se recusado a colaborar com uma investigação do Congresso dos EUA sobre o ataque ao Capitólio dos EUA em janeiro de 2021.

Ele foi condenado a 4 meses de prisão em 2022, mas recorreu da sentença e, só em julho de 2024, a Justiça determinou que ele ingressasse em uma prisão.

Bannon, de 70 anos, apresentou-se à prisão em 1º de julho, depois que a Suprema Corte rejeitou sua tentativa de adiar a sentença enquanto ele recorria da condenação. Ele não foi preso antes porque foi autorizado a aguardar em liberdade seu recurso contra a sentença.

Quando começou a cumprir sua sentença em julho, Bannon se autodenominou um “prisioneiro político”.

“Tenho orgulho de ir para a prisão”, disse ele na época, acrescentando que estava enfrentando o Procurador-Geral Merrick Garland e um Departamento de Justiça “corrupto”.

Quem é Steve Bannon?

 

Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, chegando à Corte dos EUA em Washington — Foto: Elizabeth Frantz/REUTERS
Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, chegando à Corte dos EUA em Washington — Foto: Elizabeth Frantz/REUTERS

Ex-produtor de Hollywood, Steve Bannon foi estrategista do ex-presidente Donald Trump. A investigação do Congresso dos EUA sobre a invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 apontou a suspeita de que ele teve bastante influência no episódio.

De acordo com o comitê de 6 de janeiro, no dia anterior ao ataque, Bannon falou com Trump pelo menos duas vezes, participou de uma reunião de planejamento em um hotel em Washington e disse em seu podcast de direita que “o inferno vai acontecer amanhã”.

 

Bannon, de 68 anos, foi um dos principais conselheiros da campanha presidencial de Trump de 2016. Depois, atuou como estrategista-chefe da Casa Branca, em 2017, antes de uma briga entre ele e Trump. Os dois depois voltaram a se aproximar.

O ex-estrategista também enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, fraude e conspiração em Nova York relacionadas à campanha “We Build the Wall”, de construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. Ele se declarou inocente.

Promotores responsáveis pelo caso, que está na Justiça, dizem que Bannon prometeu falsamente aos doadores que todo o dinheiro iria para a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México. Mas, em vez disso, transferiu de milhares de dólares para outras entidades terceiras, usando supostos laranjas.

(Fonte:G1)

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