Paciente morre após atendimento médico clandestino no Ciscopar

O Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná (Ciscopar) abrirá um processo administrativo para esclarecer o atendimento de uma paciente da saúde privada atendida na sede da organização. O secretário executivo do Ciscopar Rodrigo Furlan Marchezoni encaminhou uma nota à imprensa sobre o caso.

Na nota, Marchezoni esclarece o que aconteceu com a paciente, de 56 anos, do município de Pato Bragado no último dia 23 de julho. “Primeiramente é necessário esclarecer que o Consórcio Público de Saúde conta com profissionais médicos de diversas especialidades, sendo estes efetivos (concursados)”, traz a nota.

O secretário executivo do Consórcio menciona ainda que o Ciscopar realiza atendimentos por intermédio de clínicas credenciadas via chamamento público. “Em alguns casos, previstos no edital de chamamento público, os profissionais do corpo clínico dessas empresas credenciadas podem atender nas dependências do Ciscopar”, completa.

O CASO

No documento, Marchezoni explica que a paciente foi submetida à cirurgia ortopédica de quadril com médico particular, em rede privada. Além disso, o profissional médico é integrante da clínica credenciada junto ao Ciscopar e atendia nas dependências do Consórcio. “Neste caso se tratava de uma paciente particular daquele médico ortopedista e o atendimento naquela ocasião não se dava pelo Ciscopar ou por qualquer outro ente integrante do SUS, visto que este atendimento sequer constava no agendamento do Consórcio”, enfatiza o secretário executivo na nota.

Marchezoni relata que a paciente entrou em contato com o médico ortopedista no dia 23 de julho. As informações apontam que ela sofreu uma luxação na prótese de quadril, sendo necessário um procedimento chamado de “redução de prótese” para recolocação.

PROCEDIMENTO

De acordo com Marchezoni, em vez do médico ortopedista realizar esse procedimento em sua clínica ou em hospital particular onde atende, o profissional optou por realizar o procedimento dentro das dependências do Ciscopar e em horário no qual deveria estar atendendo exclusivamente pacientes do Consórcio (SUS).

“Conforme relato próprio do ortopedista, ele realizou a sedação da paciente para a realização da manobra de redução de prótese, tendo a mesma evoluído para choque hipovolêmico, pelo que os servidores do Ciscopar prestaram toda a assistência necessária de suporte à vida até a chegada da ambulância do Samu, sendo a paciente posteriormente encaminhada para o Mini-Hospital de Toledo, onde veio a falecer”, pontua a nota encaminhada para a imprensa.

CLANDESTINO

O secretário executivo do Ciscopar relata que “o procedimento realizado pelo médico ortopedista em paciente particular foi realizado clandestinamente nas dependências do Ciscopar, sem a autorização ou anuência deste ente, em descumprimento com o previsto no contrato e no edital de chamamento público vez que foram utilizadas estrutura e material do SUS para fins particulares”.

Marchezoni enfatiza que a irregularidade é, inclusive, admitida pelo médico ortopedista em relatório por ele, onde reconhece que o procedimento ocorreu “sem consentimento da equipe do Ciscopar e contra as normas da instituição”.

Diante da situação, o secretário executivo do Consórcio abrirá processos administrativos para responsabilizar a clínica credenciada pela quebra contratual e para a responsabilização de servidores do Ciscopar “que eventualmente, possam ter concorrido para que tenha ocorrido atendimento médico particular nas dependências do Consórcio. Por fim, nos solidarizamos com os familiares da paciente”, finaliza Marchezoni.

DEMAIS INSTITUIÇÕES

A assessoria de comunicação do Consamu informa que a equipe recebeu o chamado no Ciscopar e foi até o local. No Consórcio, a paciente recebeu os primeiros atendimentos e foi encaminhada ao Mini-hospital com sinais vitais.

Por sua vez, a Secretaria de Saúde relata que a paciente ingressou no Pronto Atendimento Municipal (PAM) – via Samu – com um quadro de sepse (infecção generalizada). “A paciente foi clicada na Central de Leitos, evoluindo para óbito às 22h25 após realizadas todas as tentativas de reanimação”.

Da Redação

TOLEDO

O post Paciente morre após atendimento médico clandestino no Ciscopar apareceu primeiro em Jornal do Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.