Fiscais da Semsur durante visita a comerciante I Imagem: cedida
Proprietário de alguns pontos no Shopping Popular da Cidade Alta, Cleidenilson da Rocha disse que não se intimidou ao receber a visita de fiscais da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) depois de ter declarado que não votaria no candidato indicado pela Secretaria.
“Eles prometeram melhorias, sendo que passaram esses anos todos lá [na Semsur] sem fazer nada pelo Shopping Popular e agora vêm pedir voto?”, questiona o comerciante.
O episódio ocorreu ainda no período de campanha do 1º turno. O comerciante do Shopping Popular conta que ele e os colegas teriam sido convidados a participar de reuniões na sede da Semsur e lá teriam recebido pedido para que votassem em um candidato da Secretaria. Na ocasião, Cleidenilson afirmou que não votaria no nome indicado e, no dia seguinte, recebeu a visita de fiscais da Secretaria.
“Eles vieram no dia seguinte. Reclamei de vários pontos, disse que não era obrigado a votar no vereador deles, aí começaram a me intimidar dizendo que eu tinha vários pontos dentro do Shopping… eu estou ali há 26 anos, se tenho mais de um ponto foi porque trabalhei para isso”, desabafa o comerciante, que ainda foi prestar queixa na 1º Delegacia de Polícia, no centro, mas desistiu porque o computador estava quebrado na hora.
“Não tenho medo porque se me tirarem daqui, não tem problema, arrumo minhas coisas e vou trabalhar em outro canto. Essas pessoas com poder sabem o que fazer para lhe prejudicar, mas também tenho quem seja por mim”, desabafa Cleidenilson da Rocha, que tem um ponto de relógios e acessórios.
Saiba +
Diretor da Arsban cobra voto para Paulinho Freire e é exonerado após denúncia de assédio
A Agência Saiba Mais entrou em contato com a assessoria de imprensa da Semsur, que informou desconhecer a situação e seguir executando seus serviços normalmente, sem incidentes registrados. Como não se tem acesso ao conteúdo da denúncia, a Secretaria reforça que não tolera qualquer tipo de assédio, incluindo eleitoral.
Diretor afastado na Arsban
Esse não é o primeiro caso de assédio denunciado envolvendo funcionários e a estrutura da Prefeitura do Natal.
Este mês o diretor técnico da Agência Reguladora de Natal (Arsban), Victor Diógenes, foi exonerado do cargo por assédio eleitoral, depois que um áudio no qual ele aparece cobrando votos de funcionários terceirizados e comissionados para Paulinho Freire (União).
O Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Norte (MPT-RN).
Já nesta quarta (23), a juíza da 10ª Vara do Trabalho de Natal concedeu liminar proibindo os gestores da Prefeitura da capital de praticar assédio eleitoral contra quaisquer pessoas que prestem serviço no âmbito da sua administração.
A liminar foi concedida a partir de um pedido do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte (MPT-RN), que instaurou procedimentos para apurar denúncias de prática de assédio eleitoral dentro de órgãos do município.
Até o momento, já foi aberta investigação contra a Secretaria de Educação, a Secretaria de Saúde e a Arsban. As denúncias indicam que tanto servidores, quanto cargos comissionados e terceirizados estavam sendo supostamente coagidos a manifestar apoio político ao candidato do atual prefeito, sob pena de demissão ou outras formas de retaliações funcionais.
O atual prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), apoia o candidato Paulinho Freire (União), tendo indicado sua vice na chapa, Joanna Guerra, que foi titular da Secretaria Municipal de Planejamento.
Onde denunciar:
As denúncias de assédio eleitoral podem ser feitas de forma presencial em uma das unidades do MPT (na capital ou nos municípios de Mossoró e Caicó), e ainda pelo site www.prt21.mpt.mp.br, na aba Serviços/Requerimento/Denúncias.
Saiba +
Justiça concede liminar contra Prefeitura do Natal por assédio eleitoral em favor de Paulinho Freire
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