Do Século das Luzes (XVIII) para a contemporaneidade, o ser-criança passou por significativas transformações, uma das mais representativas o fato de o pequeno humano deixar de ser tratado como um adulto em miniatura e ganhar seu próprio perfil.Os pequenos pagaram um alto preço como mão de obra para os primeiros investidores da “Revolução Industrial”, pois não se poupava a mão de obra da aventura de buscar peças nas engrenagens das máquinas quando davam defeito, esmagando inocentes vítimas.Pode-se confiar na proposição de terem sido os menores os financiadores do progresso e do desenvolvimento, cumprindo agendas de 36 horas de trabalho, com apenas intervalos de 15 minutos para alimentação e necessidades do organismo.Pensando neste contexto de inequívoca crueldade, a infância, fundada na era moderna por Jean Jaques Rosseau, no clássico “Emílio ou da educação”, vem conquistando avanços, na condição de consumidora na lógica de compra e venda do mercado.Objeto de projetos assistencialistas para sustentação de grupos de poder, este segmento associado comumente ao “futuro do Brasil” tem sido socorrido nos momentos de aflição por conselhos tutelares e instituições com viés republicano.Há muito o que fazer pela frente, quando se verifica a exploração infantil para o trabalho, em vez de se garantir a escola e o brinquedo, e nos casos extremos de abusos para prazeres corpóreos, aproveitando-se da fragilidade da vítima.O acesso precoce a sedução de novas tecnologias, sem chance de defesa, diante de crápulas virtuais, vem expondo este segmento vulnerável a infelicidade de tornar-se presa de criminosos, ao ofertarem bens de ostentação em troca do serviço de “aviãozinho” do tráfico.Há, no entanto, boas práticas de apoio, por parte de organizações da sociedade civil e órgãos dos governos federal e estadual, visando amparar e criar meios de identificar e desenvolver talentos na nova safra rumo à superação de dificuldades e garantia de um amanhã de alegria e afeto.
Editorial: O presente da criança
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