PCDs tem até está quinta para mudar colégio eleitoral; veja como

O voto eleitoral é um momento importante em que o cidadão exerce seu papel de escolha através do voto num candidato, a partir de necessidades sociais e pessoais. Para isso, é necessário acessibilidade para todos, principalmente para quem tem a mobilidade comprometida por causa de deficiências físicas.Por isso, a Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef) junto com o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), está realizando a Transferência Temporária de Eleitor (TTE) para que as pessoas com deficiência (PCDs) possam realizar a portabilidade de colégio eleitoral para outro que tenha acessibilidade.Veja também:>>>Abadef alerta sobre acessibilidade para PCD no sistema ferry-boat>>>Sabin investe em programas e ações ambientais e sociaisO serviço é oferecido nesta quarta-feira, 7, e na quinta, 8 de agosto, das 8h30 às 17h, na Abadef, localizada no Passeio Público, centro de Salvador. Para a requisição, é necessário apenas um documento oficial com foto, sob a condição de ter inscrição eleitoral e com registro prévio da deficiência no cadastro eleitoral. A transferência temporária somente é permitida dentro do mesmo município em que é inscrito o eleitor.>>>Justiça incentiva estágio PCDsA assistente administrativa Monica Oliveira, de 30 anos, que veio do interior da Bahia e mora em Salvador há mais de 7 meses, tem dificuldade motora nas pernas. Ela veio para realizar a transferência de colégio eleitoral, um momento importante para pessoas que lidam com a falta de mobilidade e precariedade nos locais de votação.Monica se tornou uma pessoa com deficiência ainda na infância, segundo ela, por causa de um erro médico somado a uma queda que teve e não falou para sua mãe. Com as medicações receitadas pelo médico, seus ossos foram enfraquecendo e aos poucos, perdendo a mobilidade. “O local onde acontece a votação tem muitos buracos na rua, para nós que temos deficiência. Acredito que poderia colocar em um lugar mais acessível”, diz em entrevista ao Portal A TARDE.

Marcos Zacarias é assistente administrativo da Abadef

|  Foto: Mila Souza | Ag. A TARDE

O assistente administrativo da Abadef, Marcos Zacarias, de 60 anos, também com deficiência, afirma que a falta de mobilidade é um ponto que necessita de melhora para as pessoas PCDs. “Às vezes a ausência de uma rampa impede a pessoa PCD de cumprir a cidadania. Isso é um problema para o país porque são pessoas que estão aptas para votar e não votam, além da pessoa PCD se sentir excluída, não pertencente, é só cidadão para cumprir as obrigações, mas na hora de usufruir de seus direitos, a história é outra. O caminho com buracos, com poste no caminho, é precária essa situação, a mobilidade, a acessibilidade”, explica.Segundo Monica, um dos problemas que também enfrenta é não ser reconhecida como uma pessoa deficiente quando chega em determinados lugares, porque sua deficiência não é “visível”, quando está de calça ou vestido longo, explica.Marcos sofre com os mesmo problema. Quando trabalhava como gerente de administração em uma empresa, sofreu uma fratura após o motorista do caminhão que dirigia bater a porta com força, causando um acidente na mão direita. Depois de duas cirurgias e fisioterapia, voltou a ter maior mobilidade na mão e aprendeu a usar a mão esquerda. Após conhecer a Abadef, se tornou associado e depois foi convidado para trabalhar na entidade, que está há mais de um ano.Uma famíliaAssociada da Abadef há mais de 20 anos, Monica diz que o órgão é muito importante para pessoas PCDs. “A Abadef é um ponto de apoio muito importante, nos ajuda em tudo, dá um suporte muito grande. No nosso dia a dia, a gente tem nossas dúvidas, dificuldades. Eles estão sempre dispostos a nos ajudar. É como se fosse um membro do nosso corpo, a gente precisa. É família”.

Abadef ajuda PDCs

|  Foto: Felipe Sena | Ag. A TARDE

Diretora da Abadef, Silvanete Brandão, é presidente da Abadef

|  Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista ao Portal A TARDE, Silvanete Brandão, presidente da Abadef, que usar perna mecânica, a ação é importante para a ação da cidadania dos PCDs. “É uma ação de cidadania porque faz com que as pessoas com deficiência, não sejam esquecidas do ato eleitoral que é tão importante para a construção de uma sociedade mais justa e mais digna, e concretizada no momento da votação junto com todas as outras pessoas. A pessoa com deficiência não pode ficar à margem, ainda mais num momento tão importante”.

Ana Cristina Silva é coodenadora da Abadef

|  Foto: Mila Souza | Ag. A TARDE

De acordo com a coordenadora da Abadef, Ana Cristina Silva, a iniciativa foi iniciada no ano passado em solicitação da presidente ao TRE, por causa de solicitações de associados, que hoje são 5 mil pessoas. No entanto, a adesão ainda está baixa. Por isso, a presidente da Abadef está administrando a questão para que mais pessoas votem. Pois, de acordo com Ana Cristina, “todos têm seu direito de votar”.

Serviços

O quê: atendimento itinerante do TRE-BA na ABADEFQuando: 7 e 8 de agosto, das 8h30 às 17 horasOnde: Associação Baiana de Deficientes Físicos (Av. Sete de Setembro, 281, Centro, no Passeio Público)

Adicionar aos favoritos o Link permanente.