O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre aplicações de fundos no exterior foi estudado por “bastante tempo” e discutido previamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Globo.
Segundo informações da CNN Brasil, o ministro destacou que a revogação da medida, anunciada poucas horas após sua divulgação oficial na última quinta-feira 22, foi uma decisão “absolutamente técnica”, tomada pela equipe econômica assim que os impactos foram detectados. Haddad afirmou que, após receber informações sobre o problema, se reuniu virtualmente com assessores de confiança para redigir o decreto de correção. “Não falei com o presidente. A minha decisão [de recuar] foi absolutamente técnica”, frisou.
A medida inicialmente previa o aumento da alíquota do IOF para 3,5% em transferências ligadas a aplicações de fundos no exterior. Diante da repercussão negativa, o governo recuou. Apesar da revogação não ter sido debatida com Lula, Haddad reforçou que o pacote de medidas econômicas do qual fazia parte a alteração do IOF foi discutido com o presidente em reuniões anteriores.
O ministro também afirmou que a retirada da medida terá um impacto inferior a R$ 2 bilhões no orçamento de 2025. A decisão foi tomada para evitar distorções e especulações no mercado financeiro.
Ainda na quinta-feira 22, a equipe econômica do governo anunciou o bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento do próximo ano, sendo R$ 10,6 bilhões de corte imediato e R$ 20,7 bilhões em contingenciamento, como parte do esforço para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.
Sobre a política monetária, Haddad comentou ainda que o diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá papel fundamental na condução da transição para a redução da taxa básica de juros. “Galípolo saberá fazer a transição corretamente para que haja harmonia entre fiscal e monetário”, afirmou.
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