“Deixa eu te mostrar que o meu amor é belo”, canta Marcelo Pires Vieira, em música dos compositores Umberto Tavares, Prateado e Jefferson Junior, lançada em 2010. Nesta sexta-feira (23), o artista terá a oportunidade de apresentar, em Juiz de Fora, ao público da Festa Country 2025 que, na verdade, o amor é Belo. Afinal, o romantismo é a principal marca do pagodeiro.
“Eu sempre fui mais intérprete do que compositor. Meu papel é dar vida às letras e melodias de compositores incríveis. O romantismo é parte da minha essência e quando estou no palco, interpretando uma canção, olhando nos olhos do meu público e sentindo aquela conexão, eu tenho a certeza de que fiz a escolha certa”, destaca o músico, que abre o evento em 2025, sendo a primeira das atrações. “Estou muito ansioso para chegar em Juiz de Fora. Tenho um carinho enorme por Minas e pelo povo mineiro. Toda vez que piso aí, me sinto em casa. Tenho certeza de que vai ser uma noite linda e inesquecível.”
No caminho para chegar aos 40 anos de carreira, sendo quase 30 deles em carreira solo, Belo, aos 51 anos, afirma estar vivendo a melhor fase de sua vida profissional. Além disso, recorda momentos da trajetória em entrevista à Tribuna. “Me considero resistência de um gênero que precisa e merece ser respeitado. É difícil escolher um único momento, porque foram muitos. Mas um que me marcou profundamente foi ver 90 mil pessoas no Allianz Parque, em São Paulo, no show do Soweto. Isso é algo que a gente não pode e não deve normalizar nunca.”
Apesar de todo o sucesso, Belo ressalta que a vida e a carreira foram cercadas de desafios. “Enfrentei muitos obstáculos, mas consegui me reerguer todas as vezes. E estou aqui, firme, cantando e levando alegria para o povo”, comemora. A principal diferença do Marcelo que iniciou a trajetória há mais de 35 anos, ainda fora dos microfones e dos holofotes, para o Marcelo de 2025 é a maturidade. “Os desafios me tornaram mais forte em todos os sentidos. Mas o Belo sonhador, que começou lá atrás com um cavaquinho na mão, continua o mesmo. Ainda tenho muitos sonhos e metas e sigo trabalhando para realizá-los com o mesmo amor de sempre”, enfatiza.
Novos projetos de Belo e momento do pagode
Para o futuro, Belo segue com seus projetos. Dentre eles, o “Belo in Concert”. “É um projeto que eu amo. Nele, além dos meus sucessos, canto músicas dos meus grandes ídolos, minhas referências na música. São três horas de show que passam voando”, explica. Já o “Belo em Alto Mar”, um cruzeiro temático com a participação de de diferentes artistas, foi uma “grata surpresa” para o cantor. “A primeira edição foi um sucesso absoluto e a segunda já está com quase todas as cabines esgotadas.” Além disso, o pagodeiro conta com novos projetos não revelados. “Ainda são segredo”, brinca.
Em novembro de 2024, o documentário “Belo: Perto demais da luz” estreou no Globoplay. O cantor destaca que a produção “foi feita para ser real”. “Fiz questão de não opinar em nada. Não quis tirar nenhuma fala, nenhum trecho. Muita gente me pergunta: ‘você deixou fulano dizer isso? E aquilo que o outro falou?’. Mas era essa a proposta: mostrar a verdade, sem filtro. Não é ficção, é minha história do jeito que ela é.”
Sobre o momento do pagode, Belo comenta que o gênero musical está “no lugar de onde nunca deveria ter saído”. Ele ressalta Thiaguinho, que leva o pagode dos anos 1990 para multidões na “Tardezinha” e o cita como referência, assim como Ludmilla, que lota o “Numanice”. “Ainda existem outros nomes incríveis fortalecendo o movimento. Que venham mais e mais, porque o nosso pagode merece ser celebrado todos os dias. Nós somos resistência”, finaliza.
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