A Unimed Natal estuda implantar salas de cirurgias robóticas no seu novo Complexo de Saúde (CSU). A novidade foi confirmada pelo conselheiro de Administração Marcus Passos, em entrevista à rádio 94 FM nesta quarta-feira 22. Segundo ele, duas salas cirúrgicas já estão prontas para receber os equipamentos, que possibilitarão a realização de procedimentos de alta complexidade com auxílio da robótica.
“Temos duas salas de centro cirúrgico já prontas para receber a cirurgia robótica no CSU. O uso dessa tecnologia reduz, em alguns casos, o tempo de internação e a possibilidade de infecção, como em cirurgias de próstata ou de pâncreas. Está sendo avaliado. Não é uma tecnologia barata, mas está dentro do nosso escopo”, afirmou o médico.
Apesar do alto custo, o investimento é visto como estratégico. Caso se concretize, será o primeiro serviço do tipo no estado. O conselheiro destacou que, ao contrário do que se imagina, a robótica não elimina profissionais. “O cirurgião continua lá, o instrumentador mudou de função, ajudando a manter os braços robóticos em funcionamento. É uma dica para quem gosta de tecnologia: aprender novas ferramentas abre portas e mantém o mercado de trabalho.”
Inteligência artificial
Além da cirurgia robótica, a Unimed Natal vem estruturando um núcleo de inovação que contempla o uso de inteligência artificial (IA) em diversas frentes. Entre as aplicações imediatas, está a triagem no pronto-socorro por meio de escuta clínica automatizada.
“Especificamente dentro do CSU, a inteligência artificial, ela tem algumas aplicabilidades. […] Por exemplo, a triagem dessas pacientes no pronto-socorro através de inteligência artificial. […] Existem algumas inteligências artificiais no mercado em que ela escuta a conversa clínica do médico com o paciente. E ela faz um resumo dessa história clínica e compila esse dado em um dado que possa ser colocado no prontuário médico.”
Dr. Marcus explicou que essas ferramentas podem acelerar diagnósticos em situações críticas. “Já tem três inteligências artificiais bem pontuadas no mercado na realização de tomografias computadorizadas em que você consegue predizer se, pela imagem, o computador dizer se a pessoa tem, por exemplo, um acidente vascular cerebral. […] Esse paciente tem uma suspeita de AVC, em vez de você esperar dois dias, você vai esperar uma hora para realizar o seu laudo.”
Além do AVC, ele mencionou outras três condições que receberão atenção especial: “Nós estamos pretendendo implantar a avaliação de AVC, a avaliação de aneurismas cerebrais […] e embolia pulmonar, que são três doenças que são urgências, urgência e emergência.”
Telemedicina
Sobre a telemedicina, Dr. Marcus ressaltou que ela se tornou um caminho sem volta e será integrada a um novo programa de atenção básica: “Vamos criar um núcleo de atenção básica daqueles pacientes crônicos que estão em casa. E a telemedicina, com certeza, ela faz parte dessa estruturação. […] Com o uso de internet, em tempo real, nós já estamos discutindo esse núcleo de inovação interna, a possibilidade de ter as unidades com internet, a satélite, para levar a saúde da telemedicina dentro do lado das pessoas.”
Durante a conversa, o médico reforçou que a adoção de novas tecnologias não resultará em aumento de custos para os usuários. “A grande diferença da inovação é melhorar processos e tornar a administração mais eficiente. Com os dados que temos — um verdadeiro big data com 200 mil vidas e mais de 1.500 médicos — precisamos tomar decisões baseadas em evidências, não mais no instinto.”