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No ano passado, a Suécia registrou uma proporção de 20 mortes no trânsito por milhão de habitantes, de acordo com a Comissão Europeia. O objetivo do país é conseguir alcançar o feito de que nenhuma morte seja registrada em suas estradas. Assim como a Suécia, Finlândia e Estônia se destacam pelas boas práticas no trânsito.
Por meio de uma lei federal, a Suécia determinou a conversão de antigos estacionamentos em espaços urbanos de lazer, mais ecológicos e ideais para o convívio comunitário. Lá, espaços para pedestres e ciclistas são valorizados.
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Justamente por esse motivo, representantes da Associação Nacional dos Detrans (AND) estiveram nos países da Europa para conhecer de perto o que eles têm feito para melhorar a mobilidade, e saber quais tecnologias podem ser incorporadas no Brasil e, consequentemente, no Espírito Santo.O diretor-geral do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), Givaldo Vieira, presidente da AND, contou à reportagem que a visita foi realizada na semana passada. Segundo Givaldo, na Estônia, por exemplo, há um software capaz de integrar diferentes bancos de dados. “Estamos em conversas avançadas para implantar essa ferramenta como modelo de integração dos Detrans do Brasil. Os sistemas, como são hoje aqui, não interagem entre os estados”.
Tallinn, na Estônia, é a primeira capital europeia a oferecer transporte público gratuito para todos os seus moradores. Metrôs, ônibus e bondes podem ser usados sem custo. O objetivo é reduzir a circulação de carros.
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Por meio da ferramenta, serviços de regularização de veículos poderiam ser feitos em estados diferentes do local de registro, por exemplo.“Se a pessoa possui um veículo do Rio de Janeiro, mas está no Espírito Santo hoje, a vistoria que é feita em um estado tem dificuldade de chegar até outro. A pessoa teria de voltar até o Rio de Janeiro para fazer a vistoria lá”. Com a tecnologia, os sistemas seriam integrados, explicou Givaldo. Há também um planejamento para que o Brasil reduza as mortes no trânsito, como já acontece na Suécia, com o programa “Visão Zero”, que vem sendo implantado no país europeu há quase 40 anos. “Eles estão colhendo frutos de um trabalho a longo prazo, em que o objetivo é chegar a zero morte no trânsito. Eles têm todo um planejamento, como a forma de fazer as estradas, onde há mais espaço para as calçadas, para os pedestres e para as ciclovias”.Givaldo destaca ainda que, na Suécia, há mais espaço para o transporte coletivo e que os carros ficam “esprimidos”. “É mais caro ter um carro lá. O trânsito para o veículos de passeio é mais restrito e paga-se mais impostos para ter um carro. Eles conseguiram, ao longo dessas décadas, oferecer um transporte público de qualidade, e as pessoas mudaram a cultura, sendo que usa-se muito a bicicleta”, destacou.Fique por dentro FinlândiaEducação no Trânsito: mesmo nos dias mais frios, se o semáforo estiver fechado para o pedestre, ele não atravessa, e se alguém descumpre a regra é reprovado pela população.SuéciaSegurança no trânsito: os suecos partiram do princípio de que nenhuma morte no trânsito é aceitável, em especial de pedestres e ciclistas. EstôniaIntegração: por ser um dos países mais digitais do mundo, apresenta um serviço de trânsito integrado. Inspiração para o BrasilAutomaçãoNos três países, os processos de checagem são automatizados. No Brasil, segundo o diretor-geral do Detran-ES, Givaldo Vieira, o modelo pode ser implantado tornando os serviços mais rápidos e eficientes. Com isso, demandariam menos servidores, que poderiam ser destinados à área de educação no trânsito, fiscalização e prevenção de acidentes. TecnologiaQuanto às tecnologias, todos os três países europeus têm identificação única para todo o governo. Na Estônia, por exemplo, para tranferir um veículo, a pessoa entra no sistema com sua identificação e informa sobre a venda e o número de identificação do comprador. O sistema manda a notificação, o comprador confirma e o carro está transferido.