A sessão da CPI das Apostas Esportivas, realizada nesta quarta-feira 21, foi marcada por uma intensa troca de acusações entre os senadores Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eduardo Girão (Novo-CE). O embate ocorreu durante o depoimento do padre Patrick Fernandes, influenciador digital com mais de 6,6 milhões de seguidores no Instagram, que solicitou espontaneamente sua participação na comissão após repercussão dos depoimentos de Virginia Fonseca e Rico Melquíades, na semana passada.
O desentendimento começou quando Girão cobrou explicações de Soraya, que é relatora da CPI, sobre supostas ameaças que ela teria recebido e voltou a insistir na convocação do lobista Silvio Assis. Segundo reportagem da revista VEJA, Assis estaria envolvido em um esquema de chantagem dentro do Senado, em que empresários pagariam até R$ 40 milhões para evitar convocações ao colegiado. A matéria também afirma que parentes do lobista teriam sido contratados para trabalhar no gabinete da senadora.
“Aqui dentro eu não vou falar o nome de ninguém, porque eu não vou correr o risco de falar besteira, ou falar sem provas. Eu sei de onde estão vindo os tiros contra mim. Vá para o Conselho de Ética e pense mil vezes antes de falar pelos corredores”, respondeu Soraya ao ser pressionada por Girão a revelar nomes dos responsáveis pelas ameaças.
O senador insistiu na convocação do lobista, justificando: “Esse requerimento é com base em uma matéria gravíssima da revista VEJA, que é pública. Esse lobista é citado na VEJA“, reforçou.
O presidente da CPI, Dr. Hiran (PP-RR), interveio, informando que o caso mencionado já está sob investigação da Polícia Federal. Em seguida, Soraya reiterou: “Eu levei a reportagem de VEJA para a Polícia Federal. Sou uma das vítimas desse burburinho de calúnia e difamação. Eu sei de onde vem o tiro e a maioria dos senadores sabem. Mas não sou obrigada a ficar falando aqui. Falei para quem devo falar, que é a polícia”. Ainda durante o bate-boca, a senadora pediu ao colega que não voltasse a citar seu nome: “Se continuar, vai ter problemas”, advertiu.
Após a tensão, a sessão foi encerrada. A CPI tem término previsto para o dia 13 de junho. Apesar das polêmicas, muitos requerimentos seguem sem análise e boa parte dos influenciadores alvos da comissão não deve mais ser ouvida.
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