A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) emitiu um alerta nesta semana sobre a inviabilidade de manter suas atividades com a liberação de apenas 1/18 do orçamento, como prevê o Decreto Federal nº 12.448, de 30 de abril de 2025. A instituição afirma que, assim como outras universidades federais, enfrenta um cenário crítico e que o valor disponibilizado é insuficiente para custear despesas fixas mensais, como bolsas, auxílios estudantis, contratos de terceirizados e energia elétrica.
A UFRN defende que o Governo Federal libere, de forma imediata, pelo menos 1/12 do orçamento — valor mínimo necessário para garantir o funcionamento regular das instituições. Além disso, pede a reposição dos cortes feitos pelo Congresso Nacional e uma suplementação orçamentária para evitar colapsos.
Segundo a universidade, ajustes contratuais rigorosos já foram realizados em anos anteriores, o que permitiu iniciar 2025 sem dívidas. No entanto, novos cortes agora trariam sérios prejuízos à qualidade acadêmica. A situação da assistência estudantil também é grave, com orçamento subdimensionado. Sem recursos suficientes, a UFRN vem complementando com verbas próprias para evitar o desamparo dos estudantes.
A instituição destaca ainda a dificuldade em realizar manutenções prediais e investir em áreas essenciais, como tecnologia da informação e acessibilidade. A prioridade, segundo a administração, é manter o planejamento orçamentário e aguardar medidas do governo que permitam fechar o ano sem novos cortes.
O reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo, que também preside a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), tem participado de reuniões constantes com o Ministério da Educação. “Esperamos fechar esta semana com um cenário melhor, que traga avanços no diálogo entre o MEC e a equipe econômica do Governo Federal, e, consequentemente, uma resposta favorável para o orçamento das universidades”, afirmou.