Kelps afirma que Micarla seria aceita “em qualquer partido” para 2026

Depois de defender que o potiguar Abraão Lincoln (Republicanos), presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade investigada no caso dos descontos irregulares em benefícios do INSS, “está apto” para ser candidato a deputado federal, o ex-deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) afirmou que a ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa, caberia “em qualquer nominata” e seria aceita por todos os partidos.

“Eu não tive conversa com Micarla para falar sobre política, eu tive conversa com Micarla para falar sobre Parnamirim. Não sou eu que estou afirmando que Micarla pode ser candidata ou conversando com partido. Tem toda a questão pessoal, familiar dela, que eu sei e não é tão simples assim. Agora, uma política com a envergadura de Micarla cabe qualquer nominata, se ela ligar para qualquer partido, todos querem”, defendeu o atual secretário de Planejamento de Finanças da Prefeitura de Parnamirim.

A declaração foi dada em entrevista, na sexta-feira (16), ao programa “12 em Ponto” da rádio 98 FM de Natal.

Kelps Lima disse que, apesar de não ser amigo da ex-prefeita, gosta de Micarla. Ele se disse grato a ela pela “oportunidade enorme” de ter sido inserido na política quando foi secretário municipal de Mobilidade Urbana em 2009, primeiro ano da gestão da ex-política do Partido Verde (PV).

Ele afirmou, no entanto, que não colocaria o nome da ex-prefeita “em debates políticos” por saber do “sofrimento” e de “tudo o que foi feito contra Micarla”.

“Eu não serei o disseminador de colocar o nome de Micarla na mesa para amanhã ela estar apanhando de novo. Eu não acho isso justo. Micarla está lá, está apresentando TV, refez a vida dela. Agora, se ela legitimamente fizer esse movimento dela, com essa energia dentro dela, aí é dela. Eu não vou fazer nenhuma especulação em torno do nome dela”, ponderou.

Nos bastidores políticos, começou-se a especular sobre a possível volta de Micarla de Sousa à política com uma candidatura a deputada estadual ou federal em 2026. A ex-prefeita estaria procurando uma legenda para se filiar e concorrer ao pleito.

Desde que foi afastada da Prefeitura de Natal pela Justiça, no final de outubro de 2012, Micarla se afastou da politica e nunca mais disputou nenhum cargo eletivo.

Eleita no primeiro turno em 2008, após derrotar a então deputada federal e atual governadora Fátima Bezerra (PT), Micarla fez uma gestão que, ao final, ficou marcada pelo colapso dos serviços públicos municipais.

À época, uma das áreas mais criticadas pela população era a zeladoria municipal. Os buracos e o lixo acumulado nas ruas, em todas as regiões da cidade, ilustraram o que foi a administração de Micarla de Sousa.

Primavera sem Borboleta

Protestos pedindo “Fora Micarla” tomaram conta da cidade em 2011 e 2012. Foto: Arquivo

Em junho 2011, quando a desaprovação à gestão municipal já era generalizada, estudantes ocuparam a Câmara Municipal de Natal pedindo o impeachment de Micarla de Sousa. O movimento ficou conhecido como “Primavera sem Borboleta”, numa alusão ao apelido da ex-prefeita e aos protestos que ocorreram naquele contra governos no norte da África e na Europa, que ficaram conhecidos como “Primavera Árabe”.

No final de agosto de 2012, quando Micarla ainda estava à frente da Prefeitura de Natal, estudantes foram às ruas novamente protestar contra os sucessivos aumentos no preço da passagem de ônibus na capital.

O movimento, batizado de “Revolta do Busão”, realizou várias manifestações em Natal e foi considerado como um dos pontos de partida que deflagraram as “Jornadas de Junho de 2013”, uma série de manifestações que se espalharam pelo Brasil.

Os protestos, inicialmente convocados pelo Movimento Passe Livre, contra o aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus em São Paulo (SP), terminaram se transformando em manifestações de massa com uma pauta de crítica generalizada à política, tendo como alvo principal o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

As manifestações foram consideradas como o berço do surgimento de grupos de extrema-direita, como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o “Vem Pra Rua”, que mais tarde foram protagonistas dos atos que culminaram com o impeachment de Dilma em 2016, além de terem apoiado a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018.

The post Kelps afirma que Micarla seria aceita “em qualquer partido” para 2026 appeared first on Saiba Mais.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.