O prefeito João Henrique Caldas (PL) continua indefinido sobre se mantém sua postura política, contrária ao MDB que domina majoritariamente Alagoas, ou se adere aos sinais do grupo liderado por Renan Calheiros – o que inclui apoiar ostensivamente o governo Lula (PT).
No meio dessa indecisão está a expectativa pela nomeação de sua tia Marluce Caldas, procuradora de justiça do Ministéiro Público de Alagoas, para uma das vagas disponíveis de ministro do Superior Tribunal de Justiça – o que depende exclusivamente do presidente Lula.
Não é segredo para ninguém que o impasse reside na possibilidade de JHC ser candidato de oposição, em 2026, ao Palácio República dos Palmares, algo que ele insinua mas ainda não assumiu publicamente.
O prefeito deve estar consciente de que aderindo ao grupo governista vai naturalmente perdeu seu viés oposicionista e, com isso, os votos dos eleitores que o apoiam pelo trabalho que realiza em Maceió, mas também pela postura política até agora adotada.
Nesse cenário, deve ser naturalmente levado em conta o fato de que o MDB conta com cerca de 70 dos 102 prefeitos alagoanos, o que é considerado o principal trunfo governista, que inclui também a circunstância de o grupo que hoje é seu concorrente ter o comando do governo estadual, a maioria da bancada federal de Alagoas e o controle absoluto da Assembleia Legislativa.
Só como ilustração, para demonstrar a imprevisibilidade de uma disputa eleitoral, vale dizer que em 1998 o governador Manoel Gomes de Barros se candidatou à reeleição tendo em seu favor a maioria dos deputados estaduais e da bancada federal, a estrutura do governo que comandava e o respaldo declarado de 93 dos 102 prefeitos.
Nem com isso conseguiu se manter no cargo: o eleito foi o oposicionista Ronaldo Lessa, então no PSB, com uma mínima estrutura de campanha e quase nenhum apoio de detentores de mandatos.
Será que a história pode se repetir no próximo ano?
JHC só poderá ter essa resposta se realmente decidir ser candidato a governador.