O influenciador digital Rico Melquiades participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga a atuação de empresas de apostas virtuais nesta quarta-feira 14 e demonstrou o funcionamento do popular “jogo do tigrinho” durante a sessão. A solicitação foi feita pela relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que queria entender como a plataforma operava.
Ao ser convidado a jogar, Rico questionou: “Vocês pediram para a Virginia fazer isso, jogar assim?”, em referência à também influenciadora Virginia Fonseca, que prestou depoimento no dia anterior.
Durante a simulação, Rico acessou a plataforma com a qual mantém contrato publicitário, jogou o “jogo do trigrinho” sob observação dos parlamentares e explicou as etapas do jogo, incluindo a dinâmica de “soltar a carta” para obter ganhos. Em poucos minutos, movimentou R$ 120 — sendo R$ 32 em apostas e R$ 88 em ganhos.
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Na sequência, Soraya solicitou que ele demonstrasse outro jogo, mas Rico recusou. “Eu não quero mais jogar. Assim eu estou induzindo as pessoas. Eu fiz o ganho e não quero mais jogar”, afirmou, dizendo que jogar o ajuda com a ansiedade, mas que estava se sentindo nervoso com a situação.
Convocado como testemunha, o influenciador negou ter utilizado contas de demonstração fornecidas pelas empresas para promover jogos de apostas. Ele garantiu que criou login e senha próprios e utilizou recursos próprios para jogar nas plataformas.
Vencedor de uma edição do reality show A Fazenda, da Record TV, Rico afirmou que inicialmente trabalhou com a empresa Blaze e, atualmente, divulga a ZeroUm.Bet. Segundo ele, os contratos publicitários possuem valores fixos, sem relação com ganhos, perdas ou cadastros feitos por meio de seus links de divulgação.
“Nunca tive envolvimento direto com as empresas além do meu contrato de publicidade. Nunca participei de nada ilegal, sempre atuei dentro do meu papel como influenciador digital”, declarou. “Eu divulgava porque não era proibido”.
O influenciador, no entanto, se recusou a revelar o valor de seu cachê e não respondeu se assinou acordo de persecução penal com o Ministério Público de Alagoas admitindo conduta criminosa na relação com “bets”. Ele compareceu à CPI munido de um habeas corpus que o autorizou a ficar em silêncio em perguntas que pudessem incriminá-lo.
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