EUA diminuem ‘taxa das blusinhas’ para 54% em meio à trégua comercial com a China

O alívio tarifário vem na esteira do anúncio de Pequim e Washington de uma trégua na disputa tarifária

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Alex Brandon/Associated Press/Estadão Conteúdo

Os Estados Unidos reduzirão a tarifa sobre remessas de baixo valor vindas da China, conhecida como “taxa das blusinhas”, nesta semana, segundo decreto da Casa Branca divulgado segunda-feira (12). A medida é mais um passo para reduzir a temperatura da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.O alívio tarifário vem na esteira do anúncio de Pequim e Washington de uma trégua na disputa tarifária após as discussões do fim de semana em Genebra, com ambos os lados concordando em retirar a maior parte das tarifas impostas sobre os produtos um do outro desde o início de abril.Embora a declaração conjunta em Genebra não tenha mencionado a tarifa “de minimis”, o decreto da Casa Branca divulgado posteriormente disse que a taxa será reduzidas de 120% para 54%, com uma taxa fixa de US$ 100 (R$ 567) a ser mantida, a partir de 14 de maio.No decreto, a Casa Branca disse que a tarifa reduzida entrará em vigor às 1h01 (horário de Brasília) de 14 de maio de 2025.O plano para uma taxa fixa de US$ 200 (R$ 1.135) também será cancelado, disse, mantendo-a em US$ 100.Em fevereiro, o presidente Donald Trump acabou com a isenção para os produtos chineses ao impor uma taxa de 120% sobre o valor do pacote ou uma taxa fixa planejada de US$ 100 -valor que aumentaria para US$ 200 em junho.Trump culpou a isenção de ser muito usada por empresas como Shein, Temu e outras corporações de comércio eletrônico, bem como traficantes de fentanil e outros produtos ilícitos. Em maio, a medida entrou em vigor.Especialistas do setor disseram que as transportadoras podem pagar a taxa de 54% ou US$ 100 por pacote. Empresas de logística ou despachantes cobram essas tarifas dos vendedores na China antecipadamente.O número de remessas que entram nos EUA por meio desse canal disparou nos últimos anos, com mais de 90% de todos os pacotes chegando via “de minimis”. Desses, cerca de 60% vieram da China, liderados por varejistas como Temu e Shein.A China exportou US$ 240 bilhões (R$ 1,4 trilhões) em bens diretos ao consumidor que se beneficiam da taxa “de minimis” em todo o mundo no ano passado, representando 7% de suas vendas no exterior e contribuindo com 1,3% do PIB (Produto Interno Bruto), de acordo com estimativas da Nomura.A isenção americana “de minimis”, termo jurídico que se refere a questões de pouca importância e que descreve a dispensa de procedimentos alfandegários e tarifas padrão por parte dos EUA, era uma das mais generosas do mundo: o limite da União Europeia, por exemplo, é de 150 euros (US$ 156 ou R$ 885).A Shein, a Temu, de propriedade da PDD Holdings, e a Amazon não responderam aos pedidos de comentários.

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