
Números são correspondentes ao ano de 2023 e com o resultado, a taxa de casos por grupo de 100 mil chegou à terceira redução seguida, mas ainda acima das 21,7 mortes a cada 100 mil habitantes na média nacional. Acre está há três anos seguidos com mais de 200 homicídios
Arquivo pessoal
Com 217 mortes violentas em 2023, o número de homicídios teve redução de 8,8% na comparação com 2022 no Acre. Os dados constam no Atlas da Violência, estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado nessa segunda-feira (12).
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O resultado representa o terceiro ano consecutivo de redução no estado, apesar de três anos seguidos com mais de 200 casos de mortes intencionais. Destes 217 homicídios, 199 vítimas foram homens e 18 foram mulheres.
O índice também mantém o estado acreano acima da média nacional, que é de 21,2 mortes a cada 100 mil habitantes. No Acre, a média ficou em 23,7.
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Número de homicídios no Acre
Ainda segundo o Atlas, o estado também teve diminuição na série histórica analisando os recortes de cinco e 10 anos atrás.
Entre 2018 e 2023, a queda foi de 47%, e no período de 2013 a 2023 a redução foi de 7,3%. O pico foi de 516, registrado em 2017.
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Outra conclusão que a pesquisa traz é de que a taxa de homicídios no Acre a cada grupo de 100 mil pessoas também reduziu, de 26,4 em 2022 para 23,7 em 2023. A taxa é a menor da região Norte, apesar de estar levemente acima do índice nacional.
Além disso, o estudo também considera o número de homicídios estimados, ou seja, o total com a adição de casos que possam ter escapado dos registros oficiais. Nesta análise, o Acre apareceu com 229 homicídios.
A diferença de 12 casos surge como homicídios ocultos, medida utilizada pela pesquisa para ajustar possíveis distorções.
“Neste Atlas da Violência 2025, como realizado nas últimas edições, buscou-se retratar a violência no Brasil principalmente a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. No entanto, na base de dados do SIM, verificou-se um importante aumento das Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI) a partir de 2018, o que prejudica a análise sobre as mortes violentas perpetradas de maneira intencional. Para contornar esse problema, Cerqueira e Lins (2024 a,b) produziram dois estudos a fim de avaliar a qualidade desses dados, e ainda de estimar, por meio de metodologia de machine learning, o número de homicídios erroneamente classificados com MVCI, chamados aqui de ‘homicídios ocultos’”, afirma o estudo.
Homicídios no Brasil por 100 mil habitantes em 2023
Arte g1
Avanço de políticas de segurança mais eficazes e a chamada “revolução invisível”
O Atlas da Violência atribui a queda de homicídios a uma “revolução invisível” na segurança pública brasileira. Essa mudança, que substitui o policiamento ostensivo por gestão por resultados, inteligência policial e programas de prevenção multissetoriais, foi implementada em alguns estados.
Entre os exemplos estão programas como o “Estado Presente” no Espírito Santo, o “Paraíba Unida pela Paz”, o “Viva Brasília – Nosso Pacto pela Vida” no Distrito Federal e o “Territórios da Paz” no Pará.
A adoção desses modelos reforça a eficácia de políticas que combinam prevenção, inteligência e participação comunitária.
“Em resumo, evidencia-se que na década passada o Brasil despertou para a necessidade de mudar a forma de fazer segurança pública, de uma maneira inercial, baseada no improviso e centrada meramente no policiamento ostensivo, para um paradigma baseado em planejamento e boa gestão orientada por resultados e pelas evidências quanto ao que funciona”, diz trecho do relatório.
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