UERN: Idecan muda bancas pela 2ª vez e candidatos identificam falsos examinadores

O Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional (Idecan) modificou, pela 2ª vez, as bancas examinadoras do concurso para o magistério superior da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). O edital de nº 8, com os novos nomes, foi publicado no dia 29 de agosto. O detalhe é que, também pela 2ª vez, os candidatos do concurso da UERN identificaram o nome de pessoas que teriam tido seus nomes usados na banca, mas que não foram contratadas para participar de quaisquer bancas de correção de provas.

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Após denúncia, Idecan anuncia nova mudança em bancas de concurso da UERN

O fato teria se repetido no caso do concurso para professor do curso de Economia e Ciências Contábeis. No caso do avaliador das provas de Economia, o mesmo chegou a afirmar que estava morando em Nova York e que, para corrigir as provas do concurso, precisaria estar no Brasil. Já entre os examinadores das provas de Ciências Contábeis, dois teriam afirmado não ter feito parte da banca do concurso, sendo um deles Pró-reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Ao investigarmos a nova composição das bancas, solicitamos ao IDECAN a documentação referente à contratação dos novos membros, como contratos e termos de confidencialidade, que são documentos básicos em qualquer processo seletivo. Para nosso espanto, um dos professores listados na banca do curso de Ciências Econômicas afirmou por e-mail, já encaminhado à comissão da UERN e à reitoria, que não se lembra de ter aceitado participar do processo e considera altamente improvável que as informações contidas no edital estejam corretas. O que nos deixa ainda mais perplexos é que situações semelhantes estão ocorrendo em outros cursos. Há relatos de outros membros de banca que afirmam não terem sido contatados, como é o caso da Pró-reitora de Governança da UFRJ, que teve seu nome incluído na banca de Ciências Contábeis sem sequer estar ciente da existência do concurso”, denuncia um candidato do curso de Ciências Econômicas.

Foto: Assecom - UERN
Alunos em corredor da UERN I Foto: Assecom

Na 1ª vez, as alterações efetuadas nas bancas também de decorreram de denúncias feitas pelos próprios candidatos, que identificaram examinadores que não foram contratados para corrigir as provas do concurso, mas cujos nomes constavam em edital. O Idecan já havia substituído membros das bancas examinadoras das provas discursivas de Filosofia, Pediatria, Urologia, Nefrologia, Medicina Intensiva, Química em Ensino, Ciências Econômicas, Língua Estrangeiras – Inglês, Dermatologia, Pneumologia, Pedagogia (Fundamentos), Pedagogia (Práticas Pedagógicas), Odontologia, Serviço Social, Contábeis e Psiquiatria. Em agosto, o Instituto anunciou que também faria alterações nas bancas examinadoras das provas discursivas de Ciências Contábeis e Psiquiatria.

Diante de tantas mudanças, sem qualquer investigação ou justificativa pública, os candidatos questionam quem realmente corrigiu as provas do concurso da UERN.

“Desde o início, a comissão da UERN e o IDECAN foram notificadas dessas irregularidades, mas optaram por ignorar as denúncias, sem tomar qualquer providência concreta. É perturbador que, mesmo após a comprovação de irregularidades, a banca original tenha sido desvinculada sem qualquer justificativa oficial, levantando a questão que não quer calar: se a banca original não corrigiu as provas, quem foi o responsável por tal correção? Essa falta de transparência e ação por parte da UERN e da IDECAN, mesmo diante de uma investigação em curso pelo Ministério Público, nos deixa incrédulos e revoltados”, acrescenta o candidato.

Relembre

As provas para o concurso da UERN foram realizadas em abril deste ano. Mas, desde então, candidatos que prestaram o certame vêm denunciando supostas irregularidades no exame. No dia 25 de julho, a Agência Saiba Mais publicou reportagem expondo que na banca examinadora das provas de Ciências Contábeis, que passou por mudança, constava o nome de um avaliador no certame, mas o currículo publicado no edital era de outra pessoa com mesmo nome (homônimo). Um dos supostos examinadores negou ter participado da banca e o outro, que é CEO de uma grande empresa, também teria negado fazer parte do exame, tendo, inclusive, se afastado da vida acadêmica.

Outra denúncia apresentada é a de que, em alguns casos, além da suspeita sobre a verdadeira identidade de quem está fazendo as correções das provas discursivas, também foram identificados examinadores acumulando mais de uma banca, como no caso dos cursos de Administração e Ciências Contábeis, que possuem dois membros participando das três bancas.

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