
Cerca de 100 mil pessoas estavam diante da Basílica de São Pedro quando Leão XIV lançou o primeiro apelo forte de seu pontificado ao lembrar os 80 anos do 8 de maio, o Dia da Vitória na Europa: “Guerra, nunca mais!” Ele lançou um apelo pelo fim das hostilidades na Ucrânia e por um cessar-fogo em Gaza, com a liberação dos reféns. Era o primeiro Regina Caeli – a oração feita pelo papa aos domingos no período pascal – de seu pontificado.

O apelo do papa Prevost demonstra mais uma vez a continuidade de seu pontificado com o de seu antecessor, Francisco, cuja última manifestação, no domingo de Páscoa, teve como tema central a paz.
O papa apareceu na sacada do Vaticano rigorosamente às 12h. E lá permaneceu por 13 minutos. Começou dizendo considerar um presente de Deus que o primeiro domingo de seu “serviço como bispo de Roma fosse o do Bom Pastor, o quarto domingo da Páscoa”.
Dezenas de fanfarras e bandas haviam desfilado nas horas que antecederam a oração do pontífice pelo canteiro central da Via della Conciliazione, garantindo um clima de festa, dentro do qual desapareceria na multidão a presença ostensiva da segurança policial e militar que circundava todo o lugar.
“Saúdo com afeto todos esses peregrinos e os agradeço porque com sua música e suas apresentações alimentam a festa do Bom Pastor. De fato, como ensina o papa São Gregório Magno, as pessoas correspondem ao amor de quem as ama”, afirmou.
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Papa lembra tragédias mundias
Foi, então, diante das bandas e dos jovens , que o papa cantou o Regina Caeli, um gesto inusual, nunca feito pelo seu antecessor. Ao término da oração tradicional da Páscoa, o pontífice se dirigiu à multidão e começou o seu apelo pela paz.
“A tragédia da 2ª Guerra Mundial terminava há 80 anos, no 8 de maio, após ter causado 60 milhões de vítimas; no cenário dramático atual de uma 3ª Guerra Mundial em partes, como mais de uma vez afirmou o papa Francisco, me dirijo aos grandes do mundo fazendo o apelo sempre atual: guerra, nunca mais!”
Começava, assim, o apelo do papa, que tratou em seguida de três grandes conflitos. O primeiro, o que ocorre na Ucrânia. “Trago no coração os sofrimentos do amado povo da Ucrânia. (…) Que sejam libertados os prisioneiros e que as crianças possam voltar para suas famílias.”
Depois, o papa abordou o conflito no Oriente Médio entre Israel e o grupo terrorista Hamas. “Entristece-me profundamente o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Cesse imediatamente o fogo. Se preste ajuda humanitária à sofrida população civil e que sejam libertados todos os reféns.”
Em seguida, abordou o conflito entre a Índia e o Paquistão, e se disse contente com o cessar-fogo acordado. “E desejo que, por meio das próximas negociações, se possa chegar a um acordo duradouro.”
Em seguida, Leão XIV lamentou a quantidade de conflitos hoje no mundo. E suplicou a Nossa Senhora que intercedesse junto a Jesus Cristo a fim de obter o “milagre da paz”.
Por fim, o papa fez uma saudação ao Dia das Mães, celebrado na Itália e em diversos países, como o Brasil. “Mando uma saudação a todas as mães com uma oração por elas e por aquelas que já estão no céu. Boa festa a todas as mães.” Em seguida, o papa despediu-se dos fiéis.
Um dia antes, na tarde de sábado, o novo pontífice havia visitado o túmulo do papa Francisco, na igreja de Santa Maria Maior, em Roma, onde orou e deixou uma rosa branca. Antes, fora até o santuário agostiniano de Nossa Senhora do Bom Conselho, em Genazzano, a cerca de 65 km de Roma.
“Desejei vir aqui nesses primeiros dias do novo ministério que me foi entregue para levar adiante essa missão como sucessor de Pedro.”
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