O vidente Dorival Junior

Independentemente da atuação e do resultado do jogo de terça-feira(20) à noite contra o Paraguai, a Seleção Brasileira, mesmo com algumas deficiências individuais e coletivas, está no grupo das candidatas ao título mundial em 2026, já que outras principais seleções também apresentam problemas, como a Espanha, Inglaterra, França, Alemanha e Portugal, além da Argentina, campeã do mundo.O Equador é um adversário difícil para qualquer seleção do mundo, como foi contra o Brasil, mas isso não justifica as deficiências da equipe brasileira contra os equatorianos. É preciso evoluir, jogar bem e de uma maneira prazerosa, convincente.Leia Também>>Ex-Bahia, Nilton arrisca na construção civil e descarta retorno>>Endrick é eleito 3° melhor jovem do mundo, atrás de dupla do Barcelona>>Suspeito de estupro, ex-treinador do Vitória é agredido e para na delegaciaSeja qual tenha sido a atuação e o resultado do jogo de ontem contra o Paraguai, os times e a Seleção Brasileira necessitam se reinventar e apagar as condutas antigas ultrapassadas, como a pratica de dividir o meio campo até o ataque entre o camisa 5, o camisa 8, o camisa 10 e o camisa 9, além dos dois pontas. Tudo certinho, burocrático, como no jogo contra o Equador. Espero que ontem contra o Paraguai tenha sido diferente.

Time tilar de Dorival Jr conta o Paraguai

|  Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Cada vez mais, nas principais equipes do mundo não há esta separação. Geralmente elas jogam com um volante centralizado, que marca, inicia as jogadas com um bom passe e às vezes avança para finalizar, além de um meio-campista de cada lado, que atuam de uma intermediaria a outra e que participam regularmente das jogadas ofensivas. São camisa 8 e camisa10. Os times são compactos e não há espaços para um clássico meia atacante, camisa 10, que joga perto do centroavante e do gol, sem participar da marcação.O Manchester City não tem um clássico camisa 8 nem 10 e quando Haland não joga , não tem também o camisa 9, pois o time passa a atuar sem centroavante fixo.

Erling Haaland é um dos melhores atacantes do mundo

|  Foto: Ben Stansall / AFP

Contra o Equador, Vinicius Júnior atuou como um ponta esquerda, fixo, isolado e foi facilmente marcado. Lembrou-me a eliminação para a Croácia na Copa de 2024. Espero que ontem contra o Paraguai tenha sido diferente. No Real Madrid, Vini é um atacante, e não um ponta. O Real costuma atrair o adversário e aproveitar a velocidade e o talento de Vinicius com bolas lançadas nas costas do lateral e dos zagueiros.Ter dois pontas abertos, rápidos, dribladores, é uma ótima conduta em certas situações, pois os laterais adversários se posicionam muito abertos e com isso aumentam os espaços pelo centro. Por outro lado, os pontas dribladores são mais marcados e as equipes com dois pontas passam a ter um jogador a menos no meio campo, na armação e na marcação.

Luiz Henrique, do Bortafogo, em ação pelo Brasil

|  Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Pontas canhotos, hábeis, que jogam pela direita e que driblam para o centro, viraram epidemia no futebol mundial. Na seleção brasileira, quatro têm sidos chamados: Savinho, Raphinha, Luiz Henrique e Estevão, embora, contra o Paraguai, tenha jogado Rodrygo, destro e que dribla pelos dois lados. Vários pontas canhotos brilham pela direita na Europa, como Lamine Yamal, na Espanha, Saka na Inglaterra.Tudo é incerto. O único que tem certeza é Dorival Junior, que afirmou, antes do jogo contra o Paraguai, que o Brasil estará na final da Copa de 2026. Foi surpreendente, uma ousadia do prudente e agora vidente técnico. Tomara que esteja certo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.