Davi Fiúza: policiais seguem em serviço e respondem a outros processos

Mais de dez anos após o desaparecimento de Davi Fiúza, a primeira audiência de instrução do caso aconteceu nesta quinta-feira, 8, no Fórum de Sussuarana, em Salvador. De acordo com o advogado Paulo Kleber, assistente de acusação, em entrevista ao portal A TARDE, os policiais militares acusados do desaparecimento de Davi, seguem em serviço e quase todos respondem a outros processos criminais. “Eles continuam trabalhando, inclusive para desespero da sociedade: todos, com exceção de Tamires Sobreira, respondem a outros processos criminais, como tentativa de feminicídio e homicídio”, relatou Kleber.

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O adolescente Davi, então com 16 anos, desapareceu em 24 de outubro de 2014 após ser abordado por policiais militares no bairro de São Cristóvão. Desde então, o jovem nunca mais foi visto.A defesa dos policiais sustenta que os acusados não estavam no local dos fatos e que não conheciam o jovem. A acusação, no entanto, afirma que há elementos suficientes para levá-los a julgamento no Tribunal do Júri.”Eles dizem isso, mas a gente tem testemunhas visuais, oculares, que viram ele sendo colocado no porta-malas do carro. Além disso, a gente tem a localização geográfica dessas duas viaturas que estavam no momento”.Policiais envolvidosSegundo Paulo Kleber, a identificação dos responsáveis foi possível por meio da análise do diário de bordo das viaturas, da localização geográfica dos veículos e do depoimento de testemunhas oculares.O advogado afirmou que o início das investigações, 23 policiais militares foram apontados como envolvidos. Ao longo dos anos, esse número foi reduzido a 11, com base nas evidências e em 2018 apenas sete foram denunciados pelo Ministério Público por sequestro e cárcere privado. São eles: George Humberto Da Silva Moreira, Moacir Amaral Santiago, Joseval Queiros Da Silva, Genaro Coutinho Da Silva, Ednei Da Silva Simoes, Tamires Dos Santos Sobreira, Sidnei De Araujo Dos Humildes.DesaparecimentoDavi Fiúza desapareceu aos 16 anos, no dia 24 de outubro de 2014, durante uma abordagem realizada por policiais do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) e Rondas Especiais (Rondesp), em São Cristóvão. O adolescente o conversava com uma vizinha na Rua São Jorge de Baixo. Ele foi abordado, teve mãos e pés amarrados e foi colocado no porta mala de um dos carros que não tinha plotagem.Na época, a mãe de Davi, Rute Fiuza, disse que buscou o filho em delegacias, Instituto Médico Legal e até locais considerados de “desova” de corpos para tentar encontrar indícios dele, mas nunca teve pistas do garoto.

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