Moraes vota para tornar réus mais sete denunciados por tentativa de golpe

Acusados fazem parte do núcleo 4 da trama golpista, que teria disseminado desinformações de forma estratégica. Grupo tem militares do Exército, policial federal e engenheiro. ‘Alguns querem transformar o STF na Revista Caras’, diz Moraes
O ministro Alexandre de Moraes votou para tornar mais sete denunciados réus por participação em uma trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder de forma ilegal.
Os sete fazem parte do núcleo 4, que seria responsável “operações estratégicas de desinformação”.
Essas operações teriam atendido a demandas do núcleo político, com intuito de promover a instabilidade social e criar cenário para uma ruptura institucional.
Foram denunciados nesse núcleo:
Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva do Exército;
Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
Carlos César Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
Marcelo Araújo Bormevet, agente da Polícia Federal e ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Reginaldo Vieira de Abreu, coronel da reserva do Exército.
Segundo a denúncia da PGR, esse grupo propagou notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizou ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do núcleo.
Conforme o Ministério Público, todos estavam “cientes do plano maior da organização e da eficácia de suas ações para a promoção de instabilidade social e consumação da ruptura institucional”.
Relator, Moraes ressaltou que a denúncia traz os indícios contra cada um dos acusados pela Procuradoria, o que justifica a abertura da ação penal.
O ministro afirmou que as ações do núcleo da desinformação estão conectadas com o núcleo político, integrado por Bolsonaro, com o objetivo de atacar a credibilidade da Justiça e das eleições.
“As ações ganham ainda mais relevo quando observada a consonância entre os discursos públicos de Jair Messias Bolsonaro e os alvos escolhidos pela célula infiltrada na agência brasileira de inteligência”, afirmou.
Moraes disse ainda que “toda a estrutura do núcleo político cuja denúncia já foi recebida, instrumentalizando suas ordens pelo núcleo de desinformação, como narra a denúncia”.
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