Roda dos expostos, a forma como bebês eram deixados em hospital

Pensar na realidade de inúmeras crianças órfãs faz com que muitas pessoas se sintam consternadas, sobretudo por se tratarem de seres indefesos e que precisam de cuidado, atenção e amor. Mais difícil ainda é pensar como as coisas eram há mais de cem anos. Já imaginou?Nos séculos XIX e XX, o abandono desses seres se dava de uma forma que causa ainda mais estranheza. Não apenas pelo ato em si, mas pela forma como acontecia. Em Porto Alegre, os bebês eram deixados anonimamente pelas mães na entrada da Santa Casa de Misericórdia numa estrutura conhecida como “Roda dos Expostos”. A estrutura cilíndrica era feita de madeira e embutida na parede. Até hoje esse e outros objetos ficam expostos no museu do hospital e serve quase como uma aula prática de arqueologia.Quer mais notícias sobre Curiosidades? Acesse nosso canal no WhatsAppRitual quase macabroQuando o sino tocava, do outro lado da parede uma irmã de caridade pegava a criança enrolada em panos. Sem carta, sem nome e nenhuma explicação. 

A historiadora Gabriela Moreira explica como se dava o processo. “A mãe colocava a criança dentro, girava a roda e tocava o sino. Do lado de dentro, uma irmã recolhia o bebê. Era tudo silencioso, rápido, sem contato direto”, conta. A roda começou a funcionar em 1837 e funcionou por mais de 100 anos, tendo sido desativada em 1940. Estava ali para cumprir uma missão: acolher crianças abandonadas. Equipamentos como esse existiam em outras cidades do país.O espaço hoje se tornou um centro de exposição que mostra não apenas como a Casa de Misericórdia acolhia crianças abandonadas, como também artefatos da época que eram usados no hospital. 

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