Em processo de litígio com o PT, o ex-senador e ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, participou da 12ª Cavalgada do Sertão, no domingo (4), no município de Messias Targino, na região do Médio Oeste do rio Grande do Norte. Depois do evento, ele foi recebido em um jantar pelo deputado federal João Maia (PP) e pela ex-prefeita Shirley Targino (PP). O convescote contou ainda com a presença do ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos) e do seu filho, o deputado estadual Adjuto Dias (MDB).
O encontro passaria despercebido não fosse o contexto político pré-eleitoral do Rio Grande do Norte. Jean Paul, desde a sua demissão da Petrobras, não vem economizando nas críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No âmbito local, ele não poupou nem a governadora Fátima Bezerra (PT), de quem herdou o mandato de senador em 2019, após a posse da petista como chefe do Executivo do RN.
Ao posar ao lado de Álvaro Dias, ferrenho adversário do PT e pré-candidato ao Governo do Estado, Jean Paul emite sinais de um possível flerte com a oposição à governadora Fátima Bezerra.
Escanteado pelo PT, o ex-senador tem se ressentido publicamente de não ser ouvido pelo partido sobre a definição das estratégias eleitorais para 2026. A principal queixa é em relação à definição do nome do secretário estadual da Fazenda, Carlos Eduardo Xavier, como pré-candidato a governador pela legenda.
Para Jean, a forma como se deu a escolha de Cadu Xavier simboliza a prática do “caciquismo” pelo “entorno” da governadora Fátima Bezerra.
Ocorre, no entanto, que a pré-candidatura a governador de Cadu Xavier não partiu de ninguém do “entorno” da governadora, mas sim da própria Fátima Bezerra.
Em entrevista à Agência Saiba Mais, no final de fevereiro, quando se disse “pronto para o desafio eleitoral”, Cadu Xavier revelou que o movimento de lançamento da sua pré-candidatura foi estimulado pela governadora Fátima Bezerra.
“A governadora Fátima Bezerra conversou comigo para que eu me colocasse no cenário da chapa majoritária”, disse, à época, o secretário estadual da Fazenda.
Saiba Mais: Cadu Xavier é o nome do PT para 2026: “Estou pronto para a disputa eleitoral”
Jean Paul chegou a declarar que foi “tacitamente expulso” do PT porque não foi “chamado para nada” e nem “consultado para nada”, apesar de ter sido senador, líder da minoria e líder do partido no Congresso Nacional.
Apesar de ressentido por se sentir excluído pelo PT, o ex-senador disse que sua possível saída do partido dependeria ainda de uma conversa com a governadora Fátima Bezerra, a quem ele atribuiu sua chegada ao partido em 2013.
O ex-presidente da Petrobras disse que perguntará a Fátima, diretamente, o que o partido quer dele. Caso o PT não tenha nenhum plano para o ex-senador, Jean afirmou que “também não tem compromisso” com a legenda.
Em uma entrevista recente ao portal UOL, Jean revelou seu desejo de voltar ao Senado Federal, admitiu que, para conseguir viabilizar seu projeto, poderá sair do PT.
Recentemente, o nome dele foi especulado para integrar uma possível chapa da “terceira via” em 2026, disputando uma das duas vagas ao Senado Federal, fazendo dobradinha com a senadora e candidata à reeleição Zenaide Maia (PSD).
A suposta chapa seria encabeçada pelo prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), que teria como candidato a vice-governador o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD).
Procurado pela reportagem da Agência Saiba Mais para comentar as especulações, o ex-senador não retornou nossas mensagens.
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