| Foto:
Divulgação/Omni
Mais de 20 voos diários levam trabalhadores para plataformas de petróleo e gás em alto-mar. Atualmente, três empresas fazem o transporte a partir do aeroporto de Vitória e ocupam seis hangares.Os mais de 20 voos offshore por dia levam os profissionais que trabalham nas Bacias de Campos e Espírito Santo, segundo a Zurich Airport Brasil, que administra o aeroporto capixaba.São feitos voos para seis empresas, incluindo Petrobras, Shell e BW Energy. Para se ter ideia, no mês passado, somente da Petrobras, foram 390 voos, tendo dias com até 14 voos. As empresas que operam os voos da Petrobras são Bristow e Omni.Leia mais: ES tem a 2ª melhor média salarial de petróleo e gás do BrasilEm número de trabalhadores, somente da Petrobras, são cerca de 150 transportados diariamente nos voos, segundo Alex Pereira, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) e Técnico de Manutenção em Instrumentação, que trabalha embarcado há 20 anos.“Tem os trabalhadores que ficam na Unidade de Manutenção e Segurança (UMS) que são os hotéis (para os que ficam no período de 14 dias embarcado). Também existem as plataformas de gás, em que vão, realizam o trabalham, e voltam no mesmo dia”, explicou.O diretor do sindicato destacou que nos últimos anos aumentou o número de aeronaves que fazem os voos offshore. No caso da Petrobras, são atualmente seis helicópteros, segundo a própria estatal.A variação é de 10 a 12 trabalhadores por voo, contou Thelmo Tonini, que é especialista em planejamento de manutenção, trabalha há 15 anos embarcado, e é criador do Instagram “Mundo Offshore”, que se tornou referência sobre a modalidade de trabalho.“Para embarcar, chegamos ao aeroporto, e fazemos o pré-embarque, como se fosse um avião comercial. O helicóptero que leva trabalhadores, também traz outros, que é a troca de turma”.Tonini destacou também que existem algumas plataformas que são fixas e não são habitadas, e existem voos duas ou três vezes por semana para manutenção, dependendo da condição da plataforma.Saiba maisNo helicópteroMovimento é desafio ao pousar.Voos offshoreOs voos offshore (sobre o mar) são para o transporte de trabalhadores para plataformas de petróleo e gás em alto mar.O transporte aéreo para este tipo de serviço apresenta características peculiares, como pouso em unidades marítimas móveis – sujeitas à movimentação de ondas do mar – e em espaço restritos, entre outros quesitos. Fatores estes que exigem rigorosos procedimentos de segurança.No ESO Aeroporto de Vitória possui uma relevante operação no ramo offshore, atendendo a unidades marítimas nas Bacias do Espírito Santo e Bacia de Campos.São mais de 20 voos offshore por dia no aeroporto capixaba, operados por três diferentes empresas: Omni, Bristow e Líder. Além disso, esporadicamente, a empresa CHC também atua em Vitória. São feitos voos para seis empresas, incluindo Petrobras, Shell e BW Energy.A Bristow começou a operar em Vitória em julho de 2023. A Omni começou a operar no início do mesmo ano.Em março deste ano, por exemplo, somente a Petrobras realizou, em média, 14 voos diários (390 no mês) via Aeroporto de Vitória, utilizando seis helicópteros do tipo AW139, atualmente operados pelas empresas Bristow e Omni.No primeiro trimestre deste ano, 27.531 passageiros embarcaram para as plataformas pelo aeroporto, um crescimento de 40,7% na movimentação se comparado com o mesmo período de 2023. O número de pousos e decolagens também cresceu, 30,9% a mais levando em conta os mesmos períodos. Em 2024, 108 mil passageiros offshore utilizaram o aeroporto da capital capixaba.Trabalhadores150 trabalhadores somente da estatal Petrobras são transportados em média por dia. Em média são 12 trabalhadores em cada voo offshore.Algumas das profissões mais comuns entre esses trabalhadores incluem engenheiros de petróleo, geólogos, técnicos em eletrônica e mecânica, mergulhadores, técnicos em segurança do trabalho e profissionais de apoio como cozinheiros e enfermeiros.Alguns dos voos, além dos trabalhadores, transportam gerentes, quando estes precisam se deslocar até a plataforma, e ocasionalmente, comitivas da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Marinha.Fonte: Zurich, Bristow, Omni, Líder Aviação, Petrobras, Thelmo Tonini, Alex Pereira e pesquisa A Tribuna.Rotas feitas por helicópteros que valem acima de R$ 100 milhõesHelicóptero que custa mais de R$ 100 milhões e hotel flutuante — chamados também de “flotel” — estão na rotina de quem trabalha em plataformas em alto-mar.No caso dos helicópteros, entre os modelos utilizados estão o Sikorsky S-92, o Sikorsky S-76 e o Leonardo AW139. O modelo S-92, que pode transportar até 19 passageiros, custa em torno de US$ 18 milhões (cerca de R$ 105 milhões na cotação atual). O modelo mais utilizado nos voos é o AW139, que custa em torno de US$ 14 milhões (cerca de R$ 81 milhões).Além disso, as Unidades de Manutenção e Segurança (UMS) são os hotéis flutuantes ou “floteis” permite alojar cerca de 1 mil trabalhadores, segundo o especialista em planejamento e manutenção Thelmo Tonini. “Um ‘flotel’ pode ter mais trabalhador do que as outras plataformas de produção do Espírito Santo”.Algumas aeronaves que operam os voos offshoreSikorsky S-92
Sikorsky S-92
| Foto:
Divulgação
Nº de passageiros: até 19.Velocidade máxima: 306 km/h.Velocidade de cruzeiro: 280 km/h.Alcance (sem reserva): 459 nm (nanômetros).Autonomia: 4 horas.Valor: US$ 18 milhões (cerca de R$ 105 milhões).Leonardo AW139
Leonardo AW139
| Foto:
Divulgação
Nº de passageiros: até 12Velocidade de cruzeiro: 306 km/hAlcance (sem reserva): 641 nm (nanômetros) — 1.187 kmAutonomia: 4h13Valor: US$ 14 milhões (cerca de R$ 81 milhões)Sikorsky S-76
Sikorsky S-76
| Foto:
Divulgação
Nº de passageiros: até 12.Velocidade máxima: 287 km/h.Velocidade de cruzeiro: 260 km/h.Alcance (sem reserva): 411 nm (nanômetros) — 762 km.Autonomia: 3h10.Valor: US$ 13 milhões (cerca de R$ 76 milhões).