A expectativa para as próximas semanas na Bahia é de alta nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que inclui doenças como gripe e Covid-19.O estado está entre as 16 unidades da federação em nível de alerta ou alto risco para hospitalizações por doenças respiratórias, conforme o mais recente boletim InfoGripe da Fiocruz, publicado na última quarta-feira.Até a 17ª semana epidemiológica (20 a 26 de abril) foram registrados 2.604 casos de SRAG, com 116 óbitos na Bahia, de acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Já os casos confirmados de Covid-19 são 5.398, com 38 mortes, o que equivale a uma queda de 63% em relação ao mesmo período de 2024.Mesmo com a diminuição de ocorrências em comparação com o ano passado, o período do outono e a proximidade do inverno compõe cenário favorável para a proliferação do vírus da influenza, como explica Tatiana Portella, do programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe.“Estudos sugerem que o vírus sobrevive por mais tempo em ambientes mais secos, mais frios, e isso pode facilitar a transmissão desse vírus. Também tem o aspecto que nessa época as pessoas tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados, com menor circulação de ar. É um vírus que acaba tendo uma incidência maior em muitas regiões nessa época do ano”, afirma.A coordenadora de imunizações e vigilância epidemiológica das doenças imunopreveníveis, Vânia Rebouças, ressalta a importância da vacinação no combate a essas enfermidades.“O primeiro passo é garantir a atualização das cadernetas de vacinação, principalmente contra Covid-19 e influenza, que são eficazes para evitar casos graves e óbitos”.Ela reforça ainda que existem outros vírus respiratórios circulando no estado para os quais ainda não há vacinas disponíveis na rede pública. E faz uma recomendação:“Além da vacinação, é essencial evitar aglomerações, usar máscara quando estiver com sintomas gripais e seguir a etiqueta respiratória”, comenta.Entre as recomendações adicionais para reduzir o contágio, Tatiana destaca a importância do uso de máscaras em unidades de saúde e locais fechados com aglomeração, além do cuidado no contato com crianças pequenas.A campanha de vacinação contra a gripe na Bahia teve início no fim de março em todos os 417 municípios. Estão incluídos na estratégia de rotina crianças de seis meses a menores de seis anos, idosos a partir de 60 anos e gestantes. Outros grupos prioritários — como trabalhadores da saúde, professores e forças de segurança — são contemplados por estratégias especiais.Vânia ressalta a importância da vacinação para a população. “Temos observado a necessidade de melhorar a sensibilização da população para a vacinação. É como se a população não estivesse sendo vacinada num tempo que gostaríamos. Isso nos preocupa, porque temos as mudanças climáticas que podem contribuir para esse aumento de casa. Queremos vacina no braço para garantir a segurança da população”, comenta.Cuidados com a saúdeO pneumologista Guilhardo Fontes Ribeiro recomenda que os cuidados com a saúde sejam reforçados diante desse contexto climático que favorece a influenza. “É importante procurar o médico para controlar doenças crônicas e manter as vacinas atualizadas, além de adotar hábitos saudáveis como boa alimentação, hidratação adequada, higiene nasal e bucal, e sono de qualidade”, orientou.Segundo ele, essas medidas ajudam a fortalecer o sistema imunológico e reduzem o risco de agravamento, mesmo em caso de infecção. “Quanto melhor estiver a imunidade, mais branda tende a ser a evolução da doença”, acrescentou.
Clima mudou na Bahia: cresce risco de internações por doenças respiratórias
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