O desejo de derrotar o PT em 2026 é claro para Nina Souza. Vereadora licenciada pelo União Brasil, secretária de Assistência Social de Natal e esposa do prefeito Paulinho Freire (União), ela deixou claro que seu nome estará à disposição do grupo político ao qual pertence, caso esse seja o entendimento coletivo. “Se acharem que o meu nome é importante, eu vou porque eu sou partido, eu sou grupo”, afirmou.
Cotada como possível vice-governadora em uma chapa de oposição que pode incluir o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União); os senadores Styvenson Valentim (PSDB) e Rogério Marinho (PL); além do ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), Nina desconversou sobre pré-candidaturas.
Ela afirmou que qualquer definição virá no momento certo e que a prioridade é manter a unidade e o alinhamento ideológico de centro e direita. “Não existe um negócio de dois candidatos. Onde formos, vai ser tudo discutido, todo mundo junto. O importante é o alinhamento, não a pessoa”, afirmou, em entrevista à 98 FM nesta sexta-feira 2.
A secretária se disse lisonjeada por estar sendo lembrada em um contexto em que poucos nomes femininos aparecem com força. “O legal é que estão falando sempre de uma mulher. Estão valorizando minha posição como mulher e o trabalho que venho fazendo na política”, disse.
Apesar de adotar um tom despretensioso quanto a uma candidatura, afirmou que quer ver um projeto vitorioso que represente as ideias do seu grupo político. “Eu quero que o PT perca a eleição e que nós venhamos a ocupar o espaço com uma candidatura de centro e direita para esse Estado crescer”, disse.
Sobre a recente formação da federação entre União Brasil e PP, Nina confirmou a força da aliança em Natal, onde os partidos reúnem dez vereadores (quatro do PP e seis do União) e comandam tanto a Prefeitura quanto a presidência da Câmara. Segundo ela, o senador José Agripino Maia (União) lidera o partido no RN, mas evitou cravar quem comandará oficialmente a nova federação. “Nós somos muito unidos, fazemos tudo dialogando”.
A secretária aproveitou para criticar os governos estadual e federal. Disse que o governo Lula (PT) “fala muito e entrega pouco” e acusou a União de ter reduzido os repasses para assistência social de R$ 12 milhões em 2023 para R$ 4 milhões em 2024. Segundo ela, o corte prejudica diretamente as instituições que atendem idosos e crianças. “O governo federal não ajuda. Quem faz e ajuda é o município de Natal. Os secretários do Brasil inteiro estão balançando a cuia”.
Nina também acusou o governo de Fátima Bezerra (PT) de não repassar valores obrigatórios e sobrecarregar o município de Natal, especialmente nas UPAs, que segundo ela atendem majoritariamente pacientes do interior. “O Estado não faz a sua parte. Onde a gente olha para as demandas de responsabilidade do governo do Estado, não tem uma que se aproveite”.
Na área administrativa, informou que a Prefeitura planeja uma reforma para enxugar a máquina pública, aumentar a eficiência, ampliar a tecnologia e reduzir custos. Também mencionou avanços recentes, como o novo Refis, o reajuste de professores, o piso de agentes de endemias, a fila de creches que caiu de 38 mil para 22 mil e a inauguração de uma nova central de atendimento à população.
Sobre a possibilidade de ser candidata a deputada federal, Nina disse que vários parlamentares ajudaram na eleição de Paulinho Freire à Prefeitura e que, por isso, a divisão das bases será discutida com o grupo. “A gente faz política em conjunto, onde todos tenham espaço. Então, necessariamente, esse espaço não seria meu”, afirmou.
Natal é 3ª capital no combate à desigualdade
Natal foi reconhecida como a terceira capital brasileira que mais reduziu desigualdades sociais. Segundo a titular da Semtas, o resultado é atribuído a três eixos principais: geração de emprego e renda através de capacitação profissional, inserção de beneficiários do CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais) no mercado de trabalho e programas de segurança alimentar.
“Conseguimos tirar pessoas do Bolsa Família e dar oportunidade de vida”, disse. A prefeitura mantém ações para garantir alimentação à população em situação de vulnerabilidade. “Temos que alimentar as pessoas, essa é uma prioridade absoluta”, completou.