Agripino confirma articulação entre União Progressista e PL para 2026

A recém-criada União Progressista – federação entre União Brasil e PP – articula uma frente ampla de centro-direita com o PL para as eleições de 2026, confirmou o ex-senador José Agripino Maia, presidente do União Brasil no RN. O grupo pretende unir forças para disputar a Presidência e os governos estaduais, incluindo o Rio Grande do Norte, com candidaturas próprias e sem alianças com o PT.

Segundo Agripino, a federação não terá disputa interna entre os dois partidos e será orientada pela soma de forças. “Vamos procurar ajudar que os dois partidos cresçam, se possível por igual”, afirmou, em entrevista à 98 FM, nesta quarta-feira 30.

O comando da federação no RN ficará com a União Brasil, que tem mais deputados federais, repetindo o modelo adotado em outros oito estados brasileiros. Ele descartou rumores sobre a possível saída da deputada federal Carla Dickson do partido. A governança nacional da federação também foi definida. Até junho, haverá uma copresidência entre Antônio Rueda (União) e Arthur Lira (PP). A partir de janeiro de 2026, Rueda deve assumir sozinho a presidência, conforme acordo interno.

Agripino frisou que a federação terá atuação oposicionista e não participará de indicações ministeriais no governo Lula (PT) e que essa postura se manterá em relação ao governo de Fátima Bezerra (PT) no RN. “Não fará entendimento com o PT nem na sucessão presidencial, nem no RN. Temos uma diferença ideológica de muito tempo. Creio que o PP tenha o mesmo, mas isso será conversado”, disse.

Ele defendeu ainda que a federação deva ter candidatura própria à presidência da República e ao Governo do Estado, mas frisou que tudo será construído por meio de diálogo. “Tamanho para ter [candidato], tem. Respeitabilidade para ter, tem. Agora, a construção de candidatura se faz por consenso”.

Sobre a aproximação com o PL, Agripino destacou a presença de Valdemar da Costa Neto (presidente nacional do PL) e de lideranças do partido no anúncio da federação, incluindo o senador Rogério Marinho. “Isso é uma manifestação clara de busca de entendimento entre o centro e a direita”, disse. A identidade programática entre os partidos, segundo ele, facilitará a formação de uma aliança ampla.

Questionado sobre a anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, Agripino evitou posicionamento. “Não voto, não tenho que assinar coisa nenhuma. Cabe aos deputados e aos partidos decidirem”. Reafirmou, porém, sua trajetória de oposição ao PT: “Tenho uma tradição conhecida no Rio Grande do Norte e no Brasil inteiro como opositor aos erros do PT. Essa posição não muda”.

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