No Pará, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) estima que existam cerca de 5 mil produtores trabalhando no setor aquícola. O segmento está em expansão, de acordo com a Pesquisa de Pecuária Municipal (PPM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra que a aquicultura paraense cresceu mais de 30% nos últimos dois anos, com o Pará consolidado como o segundo Estado no Brasil que mais apresentou crescimento na sua produção.Coordenador de desenvolvimento da aquicultura no Pará, Alan Pragana, destaca que a aquicultura vivencia nos últimos anos um dos seus melhores momentos dentro do Estado. “Para se ter uma ideia, só nos dois últimos anos, nosso crescimento na aquicultura foi superior a 30%. Podemos destacar nesse cenário Paragominas, Altamira e Conceição do Araguaia. Esse número é fruto de planejamento e ações. Em 2019, foi realizado um diagnóstico em todo o Estado e ouvido os atores da cadeia produtiva”, pontua.“Com base nisso, identificamos os pontos fortes e pontos fracos da cadeia aquícola. Esses dados nos permitiram realizar um plano de desenvolvimento para o setor, que passou por mudanças na legislação. A aquicultura do Estado trouxe pequenos produtores para a legalidade, favorecendo a eles o acesso à linha de crédito, atraiu médios e grandes investidores dos mais diversos elos da cadeia, criando com isso um cenário de segurança jurídica”, garante.Conteúdos relacionados:Estado extingue taxa do agronegócioCaroço do açaí pode melhorar solo agrícolaPragana observa que o governo do Estado revitalizou as duas estações de aquicultura, que ficam em Santarém e Terra Alta. “Doamos diversos insumos às prefeituras e a produtores que possam incentivar a produção. Escavamos viveiros em vários municípios. lógico que a gente não pode se acomodar com todo esse trabalho feito porque o potencial hídrico do Pará capacita ele para ser o maior produtor nacional e um dos maiores do mundo para isso seguimos trabalhando e incentivando cada vez mais a agricultura no Estado”, afirma.Segundo a Sedap, entre os incentivos estão a escavação de aproximadamente 400 mil metros quadrados de viveiros, utilizados para a reprodução de alevinos. Também foram entregues 30 kits de análise de monitoramento de qualidade de água. Para este ano, a pasta prevê o repasse de novos kits aos municípios com potencial aquícola, além de investimentos em hora-máquina para a escavação de novos tanques.Vitória do Xingu, na Região de Integração do Xingu, é um dos municípios que já receberam o kit de análise de água, além de materiais utilizados na pesca e vestimenta apropriada para acessar os viveiros escavados. O engenheiro de pesca Hilberneau Neto, da Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento da cidade, pontua que “a aquicultura de Vitória de Xingu, atualmente, com certeza é uma das melhores da Transamazônica e provavelmente uma das melhores do Pará”. Para se ter uma ideia, a cidade saltou de 20 hectares de lâmina d’água para mais de 180 com mais de 300 viveiros construídos.Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsappEVENTOAlém dos debates técnicos, o IFC Amazônia terá um papel estratégico na agenda ambiental global, que é a elaboração da “Carta de Belém” – um documento que propõe a inclusão da pesca e aquicultura como alternativas sustentáveis para o desenvolvimento da Amazônia. A agenda azul, que aborda a gestão de recursos hídricos e o meio ambiente, estará em destaque nos próximos meses.O presidente do IFC Brasil e IFC Amazônia, médico veterinário e ex-ministro da pesca, Altermir Gregolin, participou da 29ª edição da COP, realizada em Bakur, no Azerbaijão. Gregolin integrou a comitiva brasileira na principal conferência mundial sobre o clima, organizada pela ONU – Organização das Nações Unidas.Após presenciar as discussões entre os países e conversar com lideranças acerca do futuro do clima no planeta, Gregolin acredita que o setor de pescados tem um importante papel no âmbito das mudanças climáticas. O aquecimento global eleva as temperaturas das águas e impacta na redução do oxigênio e na qualidade da água, comprometendo a alimentação e a reprodução dos peixes e provocando sua migração. Por outro lado, “das atividades de origem animal, a produção de peixes é a que tem a menor emissão de gases de efeito estufa, cerca de sete vezes menos que a produção bovina”, exemplifica o especialista.“O pescado é a nova estrela do agro, é a produção que mais cresceu nos últimos 10 anos e é melhor alternativa de produção de proteína de origem animal para a região amazônica. O Brasil tem a maior reserva de água doce do mundo, o peixe é produzido sem derrubar a floresta e com baixa emissão de gases efeito estufa”.A Amazônia, afirma o presidente do IFC Amazônia, já tem uma produção importante de peixes, principalmente de tambaqui, pirarucu e outros, e poderá ser um grande centro de produção de pescado para o mundo. “A região amazônica está estrategicamente bem localizada, perto dos grandes mercados de consumidores – como, por exemplo, a cinco horas de Miami nos EUA, e não tão longe do mercado europeu. Além disso, o clima quente o ano todo é favorável para a produção de pescados”, enumera.Em números O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), com base na Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), mostra que a produção aquícola no Pará evolui acima da média nacional. O Brasil tem taxa de aumento de 5%, já no Pará a aquicultura cresceu 21%. A comparação foi feita com base nos dados do período 2021/2022. Neste período, o Estado registrou uma produção total de 14.269.401 quilos de pescado.No Brasil se consomem 2,8 kg de pescado por habitante, no Pará o valor é de 11,1 kg/habitante, número 3,96 vezes maior que o nacional.A principal espécie aquícola produzida no Pará é o tambaqui. A produção em 2022 desse pescado chegou à marca de 8.004 toneladas, número correspondente ao dobro da produção média nacional.O tambacu ou tambatinga (peixe híbrido entre tambaqui e pacu-caranha), ocupa a segunda colocação de maior cultivo no Pará, com produção de 3.493 toneladas, também bem acima da média nacional.A tilápia ocupa a terceira maior produção do Estado. Outros seis grupos de pescados de maior relevância no mercado paraense são, respectivamente: matrinxã; pirapitinga, piau/piapara/piauçu/piava, pintado/cachara/cachapira/pintachara/surubim, pirarucu, camarão e jatuarana/piabanha/piracanjuba.Fonte: Sedap/Fapespa
Aquicultura cresce mais de 30% no Pará
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