
O pastor evangélico Leonardo Sale surpreendeu fiéis ao relatar, durante um culto recente, que a morte do seu filho recém-nascido representaria um “sacrifício entregue a Deus”.
A fala, feita de forma direta e sem sinal de emoção, causou forte repercussão negativa nas redes sociais e levantou uma onda de críticas e indignação.
O episódio gerou desconforto principalmente pela maneira como o pastor comparou a perda do bebê a doações materiais que já havia realizado em sua vida ministerial.
“Eu já entreguei mais de quatro carros no altar… Eu já ofertei todo meu dinheiro de conta por várias vezes no altar, eu já ofertei tudo que tinha no altar, filho é a primeira vez”, afirmou Sale, colocando a tragédia pessoal em uma narrativa de entrega espiritual que, para muitos, soa insensível.
A reação dos internautas foi imediata. Diversos usuários expressaram repúdio ao que consideraram uma tentativa de transformar o luto em plataforma de exaltação pessoal.
Para críticos, o discurso de Sale revela uma visão distorcida da fé, onde o sofrimento é tratado como símbolo de “nível espiritual elevado”, em vez de uma experiência que requer acolhimento, silêncio e empatia.
Especialistas e líderes religiosos também se manifestaram, apontando que o luto, sobretudo diante da morte de um filho, não deve ser instrumentalizado como demonstração de poder ou fé.
“Há momentos em que o silêncio fala mais alto do que qualquer pregação. A dor precisa ser vivida, não exposta como conquista espiritual”, comentou um pastor, sob condição de anonimato.
Em vez de gerar consolo, a fala de Leonardo Sale acabou provocando repulsa. Muitos enxergaram na declaração um tom de autopromoção, o que gerou questionamentos sobre os limites entre a fé e o sensacionalismo no ambiente religioso.
O episódio reacende o debate sobre a exposição da dor pessoal em cultos transmitidos ao vivo e sobre até que ponto líderes religiosos podem usar experiências trágicas como ilustração de fé ou sacrifício.
Enquanto a repercussão segue intensa, a expectativa é de que o tempo traga a serenidade que o momento exige — e que discursos religiosos não percam de vista a sensibilidade humana, principalmente quando envolvem a vida de inocentes.
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Uma publicação compartilhada por Hermes Carvalho Fernandes (@hermescfernandes)
O post Pastor causa indignação ao dizer que recente morte do seu filho pequeno foi “sacrifício a Deus” apareceu primeiro em Pragmatismo Político.