Um levantamento realizado de 16 a 19 de abril de 2025 e divulgado nesta 2ª feira (28.abr.2025) aponta que 70,8% dos brasileiros que tomaram conhecimento da condenação de Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão consideram a decisão “injusta”. Leia a íntegra (PDF – 487 kB) do estudo conduzido pela empresa Paraná Pesquisas. A cabeleireira de 39 anos pichou com batom a estátua “A Justiça”, em frente à sede da Corte, em Brasília, no 8 de Janeiro. Escreveu “perdeu, mané” –referência a uma frase dita por Roberto Barroso, presidente do Supremo, em 2022.
A pesquisa, que entrevistou 2.020 eleitores em 160 municípios dos 26 Estados e do Distrito Federal, tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais e grau de confiança de 95%. Somente 25,7% dos entrevistados consideraram a condenação “justa”, enquanto 3,6% não souberam opinar.
Débora Rodrigues dos Santos tornou-se ré pela 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) em 9 de agosto de 2024, por unanimidade. O mesmo colegiado, agora, analisou a sua condenação. A turma é formada por Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. A mulher estava presa preventivamente desde 17 de março de 2023, por ordem de Moraes. Em 28 de março, o ministro Alexandre de Moraes a mandou cumprir prisão domiciliar, depois de parecer favorável da PGR.
Ela foi detida pela PF (Polícia Federal) na 8ª fase da operação Lesa Pátria, que tinha como alvo os participantes dos atos do 8 de Janeiro. Na ocasião, manifestantes depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Durante os atos extremistas, Débora foi fotografada pichando a estátua que fica em frente ao STF. Segundo a defesa, ela portava só um batom para fazer a pichação.
PERCEPÇÃO SOBRE OS ATOS DE 8 DE JANEIRO – A pesquisa também questionou os entrevistados sobre os atos extremistas de 8 de Janeiro. Para 35,9%, o episódio foi “um ato irresponsável por não concordar com o resultado da eleição”, referindo-se à derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais de 2022.
Outros 29,5% consideraram os atos uma “tentativa de golpe de Estado para tomar o poder”, enquanto 27,9% os viram como “vandalismo e quebra-quebra”.