Sete anos após serem presos e investigados sob a acusação de furtarem trilhos da mineradora Vale, cinco homens finalmente foram absolvidos pela Justiça. Em setembro de 2018, José Márcio Viana Barbosa, Radilson Soares Filho, Nilo Dias Pereira, Salomão Moreira Barbosa e João Batista Rodrigues Sampaio foram detidos em flagrante dentro de uma reserva indígena, sob a suspeita de estarem envolvidos no furto de trilhos.
Na época, o caso ganhou ampla repercussão. No entanto, ao longo da instrução processual, ficou provado que os acusados apenas prestavam serviço de transporte dos trilhos, contratados diretamente pelo cacique Kuia, líder da comunidade indígena local.
A defesa, conduzida pelos advogados Odilon Vieira e Priscylla Islla, conseguiu demonstrar que os homens não tinham conhecimento da ilegalidade da operação e agiram de boa-fé.
Procurado por este CORREIO, o advogado Odilon Vieira disse que, desde quando se debruçou sobre os autos, sabia que seus clientes dificilmente seriam condenados. “Sempre confiei na justiça penal e sabia que conseguiríamos demonstrar a inocência dos nossos clientes”, reafirma.
O CASO
Tudo começou quando uma guarnição da Polícia Militar recebeu informe de que três caminhões estariam passando em Morada Nova pela BR-222 transportando trilhos furtados na margem da ferrovia dentro da área indígena Mãe Maria, município de Bom Jesus do Tocantins.
Ainda de acordo com os policiais, foi montada uma barreira e feita a abordagem nos veículos, sendo constatada a veracidade da denúncia. Os três caminhões continham aproximadamente 132 toneladas de barras de trilho. Os PMs cobraram a nota fiscal do metal ou outro documento que comprovasse alguma espécie de origem legal para o material transportado, mas não havia nada disso.
(Chagas Filho)
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