

Eu já falei isso uma vez, e continuo afirmando com a experiência de uma vida inteira frequentando botequins: quando bate vontade de comer um petisco e logo nos lembramos de um determinado lugar que o serve com maestria, aí está o maior indicador de que aquele bar venceu na vida. Afinal, ele fixou em nossa memória afetivo gastronômica a lembrança do sabor, aroma, cores e textura de sua receita, a ponto de salivarmos só de pensar em estar naquele bar comendo o saboroso petisco que veio a memória naquele momento.
Por isso não me preocupo com resultados e apurações, ainda que eu sempre participe votando como cliente ou como jurado nos mais diversos concursos de gastronomia. O que gosto mesmo é de experimentar e guardar as memórias de um bom tira-gosto e saber onde encontrá-lo. E nesse ano eu tive essa oportunidade ao comer o jiló do Bar do Antônio. Mas não estou falando do já famoso e incomparável jilózinho fatiado e empanado no parmesão da Serra da Canastra. Agora a nova receita é o “Choripan do Antônio”: um vultoso jiló, preparado em formato de conchinha – sem o miolo do fruto – fartamente recheado com linguiça chimichuri, e que foi cozido lentamente no caldo de peito de boi (outro prato maravilhoso do bar) coberto com queijo ralado e cebolinha, e regado no mesmo caldo do cozimento na hora do empratamento. Uma profusão de sabores que elevou a outro patamar o já apreciado jiló recheado.
Para não parecer que fui só eu que amei a receita, transcrevo aqui o comentário do meu amigo Kleyton Segantini, baita entendedor de comida de buteco e fonte de boas dicas de bares e petiscos. Ele diz: “Tive uma experiência maravilhosa no Bar do Antônio, com o jilozinho recheado com linguiça e molho de carne. O jiló tem seu valor e é uma coisa maravilhosa. Está uma delícia! O jiló foi feito com carinho e com capricho e ficou uma beleza, e com uma cachacinha fica melhor ainda. Sinceramente, esse jiló é hors concours!”
E essa receita certamente ganhou espaço no coração de vários outros clientes, que agora terão mais essa opção no cardápio, para gerar aquela dúvida – boa dúvida – na hora de escolher o que comer: qual será o nosso pedido hoje? O choripan de jiló? O jiló empanado do Antônio? O peito de boi com batatas? A carne serenada? O fondue de frutos do bar? A sardinha frita? O pastel de rabada?
E assim o Bar do Antônio vai ganhando o verdadeiro título que interessa: o de surgir na lembrança dos seus clientes na hora de escolher onde ir comer seus mais apreciados petiscos! Parabéns para eles, e sorte nossa!
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